Temeroso com o desenrolar da CPI das Fake News , o governo se armou para blindar o presidente Jair Bolsonaro e o vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ) no colegiado. Agora, o grupo conta com um novo integrante do PSL e da família, que já era representada pelo senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ): Eduardo Bolsonaro (SP).
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Eduardo se tornou o oitavo parlamentar do PSL no colegiado. O partido de Bolsonaro é, agora, o maior no colegiado. PT e MDB estão em segundo lugar, com sete integrantes. O filho do presidente entrou em uma vaga de suplente do PSL, no lugar do deputado Coronel Tadeu (SP). O PSL, no entanto, não perdeu Tadeu. Em um arranjo, o PSD cedeu sua vaga de suplente na comissão ao PSL e o deputado passou a ocupá-la.
A preocupação dos governistas com os caminhos da CPI tem sido mostrada nas reuniões. Na última, a deputada Caroline de Toni (PSL-SC) acusou os colegas de perseguição. “Está muito claro o objetivo disso aqui. Isso aqui é um tribunal de exceção para julgar o nosso presidente, para julgar a sua campanha, para propagar fake news. Tem gente que diz que ele nem recebeu facada. Tem gente que acredita que isso é fake news . Em que mundo a gente vive?”, afirmou.
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Um dos objetivos da comissão é investigar o impulsionamento de mensagens mentirosas nas eleições de 2018. Para governistas, o único alvo, nesse caso, é Bolsonaro.
Na última reunião, os integrantes do PSL, liderados por Flávio Bolsonaro tentaram sem sucesso evitar a convocação de representantes de empresas de redes sociais, como WhatsApp, Telegram, Instagram e outros, no Brasil para prestar depoimento no colegiado.
O grupo tem trazido ainda outra dor de cabeça para a família Bolsonaro: o presidente do colegiado, Ângelo Coronel (PSD-BA), já sinalizou que Carlos Bolsonaro, conhecido por ter cuidado da campanha do pai nas redes, será convocado para prestar depoimento.
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Flávio Bolsonaro já usou os microfones do colegiado, na última semana, para defender o irmão. “Temos que tomar muito cuidado com os procedimentos que vamos tomar nesta comissão para que não estejamos aqui perdendo o nosso tempo e já havendo um direcionamento muito claro para os embates aqui, inclusive, Presidente, já com alvos predeterminados sem haver também absolutamente nada contra os alvos. Por exemplo, o Vereador Carlos Bolsonaro. Eu vi em um veículo de comunicação, em uma entrevista que seria de vossa excelência, inclusive, presidente desta CPI, ameaçando de prisão o vereador Carlos Bolsonaro. Eu quero saber se é fake News” afirmou Flávio.