Exatos três anos e seis dias depois da última vez em que havia pisado no Congresso, para ser interrogada no processo de impeachment que a destituiu da Presidência da República , Dilma Rousseff (PT) foi nesta quarta-feira (4) à Câmara dos Deputados participar de um seminário pela soberania nacional e contra as privatizações propostas pelo governo Jair Bolsonaro(PSL). A recepção dos aliados foi calorosa. E não faltaram menções ao que seu grupo político classifica como o golpe parlamentar de 2016.
Antes da chegada da ex-presidente, pouco antes das 10h, parlamentares petistas e outros partidos de esquerda aguardavam na Chapelaria do Congresso, principal acesso ao prédio, pela Esplanada dos Ministérios. Presidente nacional do PT, a deputada federal Gleisi Hoffmann (PR) foi a primeira a abraçar Dilma Rousseff
, que entrou sob aplausos. O ex-prefeito de São Paulo e candidato ao Palácio do Planalto no ano passado, Fernando Haddad, também estava lá, e dividiu o protagonismo do evento.
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Dilma foi ovacionada de pé ao ser anunciada pelo mestre de cerimônias do evento, no maior auditório da Câmara , lotado, como "a mulher guerreira que venceu a ditadura, que enfrentou o golpe e que agora vai construir conosco o novo Brasil".
"Dilma, guerreira do povo brasileiro", gritou repetidamente a plateia.
Ao longo das quase quatro horas do seminário, a ex-presidente foi uma das mais assediadas para fotos ou cumprimentos. Quando chegou a sua vez de discursar, falou por mais de 30 minutos. Focou seu pronunciamento em uma defesa enfática da manutenção da Petrobras sob o controle do Estado, sustentando sua opinião com termos econômicos.
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Ela também aproveitou para disparar críticas ao neoliberalismo e ao atual presidente. Bolsonaro, segundo Dilma , é um expoente do "neofascismo". "Por que é neo? Porque geralmente os partidos fascistas eram nacionalistas e esse grupo que está no poder não tem o menor compromisso com a nação. Portanto, não tem compromisso com sua soberania", declarou a petista.