A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, se antecipou a uma provável decisão do Conselho Superior do Ministério Público e assinou neste domingo (11) portaria prorrogando
por mais um ano a atuação da força-tarefa da Lava Jato
em Curitiba. A partir de agora, o Conselho Superior fará uma análise do caso. A tendência dos conselheiros, em situações
desse tipo, é chancelar a proposta do procurador-geral.
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Nos últimos dias, surgiram rumores de que Dodge
não renovaria o prazo de atuação da força-tarefa. Trechos de conversas divulgados pelo jornal El País
, na semana passada,
mostraram que procuradores da força-tarefa, entre eles Deltan Dallagnol, faziam pesadas críticas à procuradora geral
. "Caros. O barraco tem nome e sobrenome. Raquel Dodge”,
escreveu Januário Paludo, num dos grupos de conversa mantidos pelos procuradores no Telegram.
"A mensagem que a demora passa é que não tá nem aí pra evolução as investigações de corrupção. Da saudades do Janot", diz Dallagnol em outro trecho das conversas obtidas pelo
site The Intercept Brasil
e divulgadas pelo El País
. A revelação desta e outras conversas de Dallagnol
sobre Dodge, ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e até mesmo
contra investigados, deixaram a Lava Jato
exposta a duras críticas e abriram o flanco para contestações de processos e até condenações.
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As conversas também aumentaram o número de investigações contra Dallagnol no Conselho Nacional do Ministério Público Federal (CNMP). Até semana passada, o nome do procurador
aparecia em pelo menos oito investigações por supostos abusos. Na nota em que informa a prorrogação do prazo de atuação da força-tarefa, Dodge
informa que tem sido crescentes os
valores repassados anualmente aos investigadores de Curitiba. "Em 2019, por exemplo, já foram gastos R$ 808 mil com essa despesa", afirma a Procuradoria-Geral.