Novas mensagens divulgadas pelo El País e pelo The Intercept Brasil mostram que procuradores da força-tarefa da Operação Lava Jato não gostavam das atitudes de Raquel Dodge, a procuradora-geral da República. Nos diálogos publicados, a chefe da PGR é considerada um entrave por permitir acordos com réus.
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As mensagens vazadas fazem parte de chats no Telegram entre os procuradores da força-tarefa. Em resposta ao El Pais, a PGR falou que não vai se pronunciar sobre “material de origem ilícita”. Raquel Dodge também não comentou.
De acordo com o vazamento, Deltan Dallagnol conversou com outros procuradores em 20 de junho de 2017 e disse que Dodge era a favorita a assumir a PGR no lugar de Rodrigo Janot por ser muito próxima de Gilmar Mendes e isso poderia atrapalhar a Lava Jato.
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Em uma outra mensagem, já no ano seguinte, Dallagnol diz aos procuradores que Dodge jamais vai confrontar Gilmar Mendes para que consiga, no futuro, uma cadeira no Supremo Tribunal Federal.
A principal preocupação mostrada nas mensagens vazadas estão em conversas a respeito das negociações para uma delação de Léo Pinheiro, ex-empreiteiro da OAS e principal responsável pelas denúncias contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O procurador Athayde Ribeiro Costa pergunta como andam as negociações e informa que Sergio Moro está interessado na informação.
Em resposta, Deltan Dallagnol diz que será necessário pressionar Raquel Dodge através da mídia para que a delação, enfim, saia.
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Em outro trecho divulgado, Deltan Dallagnol conversa com Rodrigo janot em 16 de junho de 2015 e diz que o então chefe da PGR é o "diferencial".
"Janot, o maior diferencial é que você, por características pessoais, permitiu que esse trabalho integrado acontecesse, a começar pela criação da FT e todo apoio que deu e dá ao nosso trabalho. Você merece um monumento em nossa história. Grande abraço, Deltan", escreveu o chefe da força-tarefa da Lava Jato.