O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), disse nesta segunda-feira (12) que a tramitação da indicação de Eduardo Bolsonaro
(PSL-SP) para assumir a embaixada do Brasil
nos Estados Unidos seguirá o critério de "importância" dado por ele.
Leia também: Bolsonaro prevê relação 'bastante conflituosa' com Argentina se Macri perder
Alcolumbre , entretanto, não quis dizer se o caso do filho do presidente passará à frente na fila de outras indicações. No momento, o Senado tem nove indicações pendentes de votação para embaixadas ou órgãos internacionais e 13 indicações cujas mensagens ainda não foram lidas — ou seja, cuja tramitação não começou.
"A ordem (será a) que o presidente determina. Eu que estou determinando pessoalmente a leitura das mensagens", disse o senador. "Eu estou fazendo a leitura conforme eu
compreendo a importância das mensagens. O critério é presidencial. Regime presidencialista", acrescentou.
O presidente do Senado acrescentou que a data da votação da indicação será "naturalmente" acertada com o presidente da Comissão de Relações Exteriores, Nelsinho Trad (PSD-MS).
"Eu não sei como nós vamos fazer, quais outras mensagens que vão ser encaminhadas. Eu sei que tem várias mensagens. E, dentro do possível, eu estou lendo várias mensagens de
autoridades, e votação de autoridades, embaixadores ou membros dos conselhos. Conforme eu sinto a pulsação do plenário e volume de senadores presentes eu coloco em votação. E é
isso que eu tenho adotado. Tendo quórum, eu tento fazer uma mesclagem na pauta. Eu tento votar projetos importantes e tento colocar autoridades para fazer a leitura e votação
dessas autoridades", disse o presidente do Senado.
Eleição na Argentina
Após sessão solene em homenagem ao general Villas Bôas
, ex-comandante do Exército, Alcolumbre evitou se posicionar sobre a fala do presidente da República, Jair Bolsonaro
(PSL),
em relação à eleição na Argentina.
Em evento em Pelotas, Rio Grande do Sul, Bolsonaro se manifestou sobre a derrota do presidente Mauricio Macri nas primárias realizadas no domingo. Ele disse que n
ão quer "irmãos argentinos fugindo para cá" caso o que ele chama de "esquerdalha" vença no pleito
de outubro. Alberto Fernández, que tem a ex-presidente e senadora Cristina Kirchner como vice,
teve 47,66% dos votos, enquanto Macri obteve 32,08%.
"Eu não tenho como ver uma declaração do presidente da República, como avaliar uma ponderação feita por ele. Eu sou presidente do Senado. Estava participando de uma sessão
solene em homenagem a um grande brasileiro, general Villas Bôas, não acompanhei essas declarações, mas acho que cada um tem autoridade de pensar o que for conveniente a um
determinado tema ou a um determinado país ou a determinada eleição. Eu penso no Brasil, estou cuidando do Brasil", afirmou.
Questionado se o caso seria uma intromissão nas eleições de um país vizinho, Alcolumbre
negou. "Não (é uma forma de interferir na eleição de outro país). É uma manifestação",
opinou.