O presidente Jair Bolsonaro (PSL) disse nesta sexta-feira (9) a jornalistas que, se "excesso jornalístico desse cadeia", todos eles estariam presos. A fala ocorreu durante entrevista coletiva na saída do Palácio da Alvorada, quando Bolsonaro comentava a proposta de não punir policiais que matem em serviço, chamada de excludente de ilicitude.
"Se o excesso jornalístico desse cadeia, todos vocês estariam presos agora, tá certo?", afirmou Bolsonaro .
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Antes, Bolsonaro havia sido questionado se o excludente de ilicitude também se aplicaria a policiais que atirassem a esmo e acertassem, por exemplo, uma criança, e respondeu que iria pedir para o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), convidar o repórter para subir uma favela "sem atirar".
"Eu me dou bem com o governador Witzel. Vou entrar em contato com ele hoje, eu não vou, para convidar você para subir o morro com o policial sem atirar. Não é atirar a esmo. Mas subir o morro, conflagrado, tomado pelo tráfico, onde esses policias tem que resgatar um colega que está detido lá, sem atirar", disse.
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O repórter insistiu em saber se o excludente se aplicaria para policiais que matarem inocentes, e o ministro da Justiça, Sergio Moro , que estava ao lado de Bolsonaro, afirmou que eventuais erros serão apurados.
"Se acontece um erro, um acidente, isso vai ser apurado. O criminoso tem que ser preso, não ser morto. Evidentemente que, se aconteceu isso, o policial não tinha intenção de cometer um crime. Tem que ser apurado se ele tem que pagar ou não por esse erro", ponderou.
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Moro seguiu explicando sua proposta de excludente de ilicitude, até que Bolsonaro o interrompeu e fez a fala sobre os "excessos jornalísticos".