O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) começou, nesta quarta-feira (7), a percorrer os gabinetes do Senado em campanha pela aprovação de seu nome para embaixador do Brasil nos Estados Unidos. A largada do "beija-mão" foi com o presidente da Comissão de Relações Exteriores (CRE) da Casa, Nelsinho Trad (PSD-MS), que o preveniu sobre a divisão entre os integrantes do colegiado quanto à sua indicação.
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O presidente Jair Bolsonaro ainda não oficializou a indicação de Eduardo Bolsonaro para o Senado. Nas últimas entrevistas, ele disse que o faria no retorno do Congresso.
Eduardo chegou ao gabinete de Trad no meio da tarde e passou cerca de meia hora no local. Estrategicamente, o deputado dará prioridade às visitas aos gabinetes dos 18 senadores que fazem parte da CRE. Isso porque a primeira etapa da indicação é uma sabatina no colegiado e, na sequência, a votação de seu nome pelos integrantes. Depois, o processo segue para o plenário da Casa.
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"Ele demonstrou muita determinação e vontade. Me disse: "Você acha que é fácil renunciar a 1,8 milhão de votos?" Não é", comentou Trad, sobre o encontro.
O senador disse que relatou a ele sobre a divisão no colegiado que preside:
"Há um equilíbrio muito grande (de aprovação e reprovação). Há um empate sem margem de erros", disse Trad a Eduardo.
Segundo o senador, o deputado falou que está se preparando para a sabatina assistindo a outras que já ocorreram no colegiado.
Antes de entrar no gabinete de Trad, Eduardo disse que está "muito feliz" com o elogio feito pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao seu nome.
Resistências
O voto sobre embaixadores é secreto no colegiado e no plenário. Alguns senadores, no entanto, já expuseram que vão votar contra a futura indicação. É o caso do vice-presidente da CRE, senador Marcos do Val (Cidadania-ES), que classificou a eventual ida de Eduardo para a embaixada como "um adolescente pilotando um Boeing".
Ontem, a maior bancada da Casa, o MDB, decidiu liberar seus 12 senadores para votar como quiserem. No partido, também há críticos públicos à indicação. É o caso do ex-presidente da Casa Renan Calheiros (MDB-AL), que é suplente no colegiado.
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"O presidente deveria poupar o Senado desse constrangimento. Ele parece completamente despreparado para o exercício dessa estratégica função de diplomata. Pelo que tem dito, não atenderá a expectativa da defesa do interesse nacional, que, na maioria das vezes, não se coaduna com os interesses dos Estados Unidos", disse Renan.