O presidente Jair Bolsonaro (PSL) agradeceu nesta terça-feira (30) o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, por ter se manifestado a favor da indicação de seu filho , o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), para assumir a embaixada do Brasil em Washington. Trump chamou Eduardo de "fantástico, um grande jovem" e disse esperar que ele seja nomeado, ao ser questionado durante entrevista no lado de fora da Casa Branca.
"Obrigado ao Donald Trump, favorável à ida de Eduardo Bolsonaro como embaixador nos Estados Unidos. Demonstra a confiança que ele tem no governo e também a confiança que tem no meu filho, que é amigo dos familiares dele. Temos certeza que caso o Senado aprove essa ida para lá, os nossos laços comerciais serão fortalecidos", declarou Bolsonaro a jornalistas, após a cerimônia de revisão e modernização das normas regulamentadoras da saúde e segurança do trabalho.
Questionado se acha que a declaração de Trump fortalece a votação da indicação no Senado, ele disse que a Casa vai decidir e que tem certeza que os senadores vão aprovar a escolha.
Mais cedo, o presidente dos Estados Unidos havia afirmado que conhece o filho do brasileiro, que acompanhou o pai na viagem a Washington em março e na cúpula do G-20, no Japão, em junho. Trump, que tem a filha Ivanka e o genro, Jared Kushner, entre seus principais assessores, disse não concordar que a indicação de Eduardo seria um caso de nepotismo.
"Eu acho que o filho dele é fantástico, um grande jovem. Estou muito feliz por ele ter sido indicado, espero que seja nomeado. Eu conheço o filho dele e é provavelmente por isso que ele foi indicado. Ele é fantástico, estou muito feliz", declarou. "Não acho que é nepotismo, porque o filho dele ajudou muito na campanha. Ele é fantástico", acrescentou.
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Ao ser indagado sobre o fato de Trump ter dito que não sabia da indicação de Eduardo, Bolsonaro demonstrou surpresa e disse que o pedido de agrément — a aceitação por parte do país anfitrião — já foi enviado aos Estados Unidos na semana passada.
"O agrément já foi a semana passada. Ele não pode saber de tudo, né?. Não sei... Eu não ouvi ele falar isso, tá? Se você ouviu... Agora, o presidente, como eu, por exemplo, não pode saber de tudo o que acontece no governo. De vez em quando tem embaixador que está vindo para cá, passa pelo Ernesto [Araújo, o ministro das Relações Exteriores], e momento antes, dias antes eu sei que vou entregar as credenciais para aquele indicado por aquele país", declarou.
Na última sexta-feira, o presidente brasileiro confirmou que o nome do filho já foi enviado para Washington , e disse que aguardava a confirmação. A divulgação desta informação contraria a praxe diplomática, na qual as indicações para embaixadas correm em segredo até a aceitação do país anfitrião.
"Agora, você pode ver: ele conhece o Eduardo Bolsonaro . Quando eu estive lá da primeira vez, quando eu entrei para uma reunião reservada, quase secreta, ele mandou o ajudante de ordens dele chamar o Eduardo para participar da reunião. E não estava presente nem o embaixador dele nem o nosso",acrescentou Bolsonaro.
O presidente se negou a dizer se chegou a conversar com Trump por telefone sobre a indicação, dizendo que o norte-americano "franqueou o telefone dele".
"Mas às vezes que porventura eu liguei para ele, vocês vão ficar sem resposta, tá certo? Eu não vou falar com quais autoridades eu converso no mundo todo de vez em quando", concluiu Bolsonaro .