O procurador do Ministério Público Federal (MPF) Deltan Dallagnol incentivou colegas a investigarem de forma sigilosa o atual presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli. Segundo novas mensagens obtidas pelo site The Intercept Brasil e pelo jornal Folha de S.Paulo , isso aconteceu em 2016 porque Toffoli era visto como um empecilho para o avanço da Operação Lava Jato.
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Dallagnol pediu para Eduardo Pelella, o chefe de gabinete do então procurador-geral da República Rodrigo Janot, informações sobre um imóvel de Toffoli que teria sido reformado pela empreiteira OAS, uma das investigadas pela Lava Jato.
“Sei que o competente é o PGR rs, mas talvez possa contribuir com Vcs com alguma informação, acessando umas fontes. Vc conseguiria por favor descobrir o endereço do apto do Toffoli que foi reformado?”, disse Dallagnol. A lei diz que ministros do Supremo só podem ser investigados com autorização do próprio STF e pela Procuradoria-Geral da República.
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Mesmo assim, Deltan tentou descobrir informações que comprovassem a ligação do ministro do Supremo com as empresas envolvidas no esquema de corrupção com a Petrobras. Tofolli havia decidido retirar das mãos da força-tarefa em Curitiba as investigações sobre corrupção na Eletronuclear. Além disso, ele havia mandado soltar Paulo Bernardo, ex-ministro de Dilma Rousseff que foi preso pela Lava Jato em São Paulo.
Em agosto de 2016 a revista Veja publicou uma reportagem na qual falava sobre a reforma na casa de Toffoli , apontando as delações de Leo Pinheiro, da OAS, como fonte de informações. Esses dados, no entanto, ainda não estavam registrados, o que leva a crer que tenham sido vazados.
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Na época, o ministro Gilmar Mendes saiu em defesa do colega e o acordo de delação com a OAS foi suspenso, para evitar uma crise institucional. Sobre isso, Deltan Dallgnol comentou em um grupo com outros procuradores: “Qdo chega no judiciário, eles se fecham". "Corrupção para apurar é a dos outros”, completou.