Ministro francês ignorado por Bolsonaro afaga Doria ao encerrar visita ao Brasil
Governo do Estado de São Paulo/Divulgação
Ministro francês ignorado por Bolsonaro afaga Doria ao encerrar visita ao Brasil

Depois de ter tido audiência com o presidente Jair Bolsonaro (PSL) cancelada, o ministro de Relações Exteriores francês, Jean-Yves Le Drian , disse nesta terça-feira (30) que
escolheu terminar a visita ao Brasil em São Paulo porque o estado respeita o Acordo de Paris. Le Drian deixou o encontro afirmando ter o tucano como um amigo.

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"Fiz questão de terminar essa visita importante ao Brasil por São Paulo porque a cidade e o estado reiteraram a ligação e o respeito ao Acordo de Paris. O governador conhece o
importante desempenho do Brasil na construção do acordo em 2015 e o nosso desejo é que a colaboração de parceria com a França possa ter continuidade no encontro que haverá no
Chile", afirmou o ministro francês .

A 25ª Conferência do Clima (COP25) será realizada em Santiago, no Chile, entre 2 e 13 de dezembro. O Brasil seria a sede do evento, mas anunciou sua desistência no final do ano
passado, alegando problemas orçamentários.

Le Drian não foi recebido ontem por Bolsonaro em Brasília. O presidente alegou "questões de agenda" pelo cancelamento unilateral do compromisso. Entre os compromissos, Bolsonaro
fez uma transmissão ao vivo na internet onde apareceu cortando o cabelo .

Nesta terça-feira, o ministro francês dedicou o dia a encontros com o prefeito de São Paulo, Bruno Covas , e o governador Doria . Ambos discordam de Bolsonaro e defendem que o
Brasil cumpra os compromissos assinados em 2015 para minimizar as consequências do aquecimento global.

"Brasil não pode abdicar de respeitar o Acordo de Paris. Não podemos virar as costas para a questão ambiental. Esse tema influi nas relações bilaterais. Meu objetivo não é fazer
contraponto ao presidente Bolsonaro, mas mostrar que São Paulo respeita e isso vai facilitar a entrada de investimentos estrangeiros aqui", disse Doria.

Le Drian fez um pronunciamento aos jornalistas, sem responder a perguntas. O ministro francês destacou que seu país é conhecido por ser "terra de asilo e acolhimento" quando
Doria mencionou que sua família ficou exilada no país durante a ditadura.

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