Durante uma transmissão ao vivo no Facebook enquanto cortava o cabelo nesta segunda-feira (29), o presidente Jair Bolsonaro (PSL) perguntou se não havia ninguém armado para atirar no morador de rua acusado de matar duas pessoas esfaqueadas no Rio de Janeiro, neste domingo (28).
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"Um morador de rua matou duas pessoas no Rio de Janeiro. Agora, não tinha ninguém armado pra dar um tiro nele, é impressionante, né? Mas tudo bem. Tava drogado o cara? Tá certo, viciado em drogas. Tem que buscar solução pras coisas, né?", questionou Bolsonaro .
Em um vídeo que circula nas redes sociais, é possível ver o homem, identificado como Plácido Correia de Moura, 44 anos, atacando pessoas na zona sul do Rio de Janeiro. De acordo com a Polícia Civil, ele foi preso e já tinha uma passagem por outro ataque com faca, em janeiro de 2016.
A fala de Bolsonaro se alinha com a declaração dada pelo governador do Rio de Janeiro, Wilston Witzel (PSC), sobre o caso, de que se fosse o policial, "teria dado um tiro na cabeça" do morador de rua.
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Em 12 minutos de live, o presidente abordou outros assuntos, como a possível redução dos impostos para os jogos eletrônicos e também voltou a falar sobre a declaração dada na manhã desta segunda direcionada ao presidente da OAB, Felipe Santa Cruz, de que se ele quisesse saber como o pai, Fernando Augusto de Santa Cruz Oliveira, desapareceu durante a ditadura militar em 1974, ele falaria.
"Não foram os militares que mataram ele não, tá?", disse. "E o pessoal da AP do Rio de Janeiro ficou... primeiro, ficaram estupefatos, né? Como é que pode esse cara vir do Recife se encontrar conosco aqui? O contato não seria com ele, seria com a cúpula da Ação Popular do Recife. E eles resolveram sumir com o pai do Santa Cruz. Essa é a informação que eu tive na época. É sobre esse episódio. Porque, qual é a tendência? Se ele sabe, nós não podemos ser descobertos... Existia essa guerra naquele momento", contou.
Bolsonaro afirmou que o relato sobre o "justiçamento de esquerda" é o testemunho do que ele viu acontecer naquela época e voltou a culpar a imprensa pela repercussão negativa de suas declarações.
"Então, como a imprensa pega fragmentos e divulga, tá aí o testemunho meu do que eu vi acontecer naquele momento. Até porque ninguém duvida, todo mundo tem certeza, que havia justiçamento. As pessoas da própria esquerda, quando desconfiavam de alguém, simplesmente executavam", declarou, sem se desculpar com Felipe Santa Cruz.
Bolsonaro , porém, não comentou sobre a rebelião em um presídio no Pará que deixou ao menos 52 mortos , sendo 16 deles decapitados. Esta foi o segundo massacre dentro de presídios este ano. Em maio, pelo menos 55 pessoas morreram após uma sequência de ataques e disputas entre facções criminosas.