Walter Delgatti Neto, o 'Vermelho',  um dos quatro hackers presos nesta semana por suspeita de terem invadido o Telegram de autoridades, disse aos investigadores da Polícia Federal que deu ao jornalista Glenn Greenwald acesso às informações capturadas do aplicativo de mensagens. A informação é do jornal O Estado de São Paulo .

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Glenn é o editor do site The Intercept Brasil , que desde o dia 9 do mês passado passou a publicar uma série de reportagens baseadas em conversas mantidas entre procuradores da força-tarefa da Operação Lava Jato e o ex-juiz e atual ministro da Justiça, Sergio Moro.

Jornalista americano Glenn Greenwald durante sabatina no Senado para explicar 'Vaza Jato'
Edilson Rodrigues/Agência Senado - 11.7.19
Jornalista americano Glenn Greenwald durante sabatina no Senado para explicar 'Vaza Jato'


Pelas redes sociais, Glenn Greenwald e outro editor do site, Leandro Demori , voltaram a negar que as informações publicadas pelo Intercept Brasil tenham sido obtidas a partir dos hackers presos no interior de São Paulo.

"A imprensa parceira de Moro passou o dia de ontem publicando informações vazadas de uma investigação sob sigilo pra atacar a Vaza Jato. Alguém envolvido na investigação cometeu um crime. Não é irônico?", escreveu Demori na manhã desta quinta-feira (25). "Moro já está cheio de conclusões, mesmo que o material enviado ao Intercept por fonte anônima nada tenha a ver com o suposto hacking de seu telefone, como escrevemos no primeiro dia da Vaza Jato", complementou.

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Demori e Glenn Greenwald prometeram ainda publicar novas reportagens da chamada ' Vaza Jato ' em resposta às investigações da Operação Spoofing. "Estamos trabalhando com muitas mais reportagens, inclusive com parceiras. Esta será a nossa resposta primária e definitiva às novas táticas de ontem", disse Glenn.

Em apresentação para mostrar como se deram as investigações que chegaram ao grupo de hackers, o delegado da Polícia Federal (PF) João Vianey Xavier Filho disse que os equipamentos apreendidos durante buscas na casa dos hackers mostram compatibilidade com os ataques sofridos por Moro e por uma série de autoridades.

"Identificamos que cerca de mil números diferentes foram alvos desse mesmo modus operandi dessa quadrilha. Há possibilidade de um número muito grande de possíveis vítimas desse ataque que está sendo investigado agora", afirmou o delegado. 

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O advogado que representa outros dois hackers presos na Operação Spoofing, o casal Gustavo Henrique e Suelen Priscila, disse nessa terça-feira (23) que, segundo seu cliente, Walter Delgatti pretendia vender as conversas particulares de autoridades ao Partido dos Trabalhadores. A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, disse que as investigações da Spoofing foram orquestradas por Moro para "produzir mais uma armação contra o PT".

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