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Advogados do petista pedem convocação de Rogério Galloro para dar informações sobre a ocasião em que o ex-presidente quase deixou a cadeia

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Reprodução/PT
Defesa de Lula quer ex-diretor da PF como testemunha em julgamento de suspeição

A defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva demonstrou interesse em ouvir o ex-diretor da Polícia Federal, Rogério Galloro, em um processo de suspeição contra o desembargador Thompson Flores da 8ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4).

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De acordo com a defesa de Lula , a intenção é que Galloro dê mais detalhes sobre o episódio em que o ex-presidente quase foi solto, em julho do ano passado. A intenção dos advogados é provar que Flores interferiu na decisão do também desembargador João Pedro Gebran Neto de não conceder liberdade ao ex-presidente.

Os advogados do ex-presidente alegam que o desembargador não tem isenção para julgar o caso de Lula. Thompson Flores ingressou no TRF-4 , que julga os casos da Lava-Jato na segunda instância. Nos últimos dois anos, no entanto, ele foi presidente do tribunal.

Nesse período, a defesa de Lula alega que ele tomou atitudes que fizeram com que perdesse a imparcialidade.

Segundo os advogados dos petista, após a condenação de Lula no caso do tríplex no Guarujá,  Thompson Flores  concedeu entrevistas ao "Jornal Nacional" e "O Estado de S. Paulo" em que atrelou o trâmite da ação na segunda instância ao calendário eleitoral. Em outra entrevista, também afirmou que gostou da sentença aplicada por Moro, classificada de "tecnicamente irreparável".

Além disso, a defesa acusa o desembargador de ter orientado o desembargador João Pedro Gebran Neto a negar a soltura do ex-presidente Lula na polêmica que envolveu a decisão do desembargador Rogério Favreto, que concedeu um habeas corpus ao petista, prontamente revogado por Gebran.

No mesmo episódio, os advogados de Lula afirmam que Thompson Flores teria telefonado ao diretor da Polícia Federal determinando que Lula permanecesse preso antes de proferir a decisão final que manteve Lula na cadeia.

"De forma muito clara, a determinação informal dada à Polícia Federal, quando existia uma ordem de soltura oriunda de um Desembargador com igual hierarquia, não encontra amparo no arcabouço normativo. Em um regime democrático, um contato telefônico não se sobrepõe a uma decisão judicial", afirmaram os advogados de Lula.

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O ex-presidente está preso desde abril na sede da Polícia Federal de Curitiba.  Lula  já foi condenado em dois processos na Justiça Federal do Paraná e ainda aguarda uma terceira setença. Ele cumpre pena pela condenação no caso do tríplex do Guarujá, a qual sua defesa contesta no Supremo Tribunal Federal (STF).

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