A defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva protoclou nesta segunda-feira um pedido para que o desembargador Carlos Eduardo Thompson Flores seja impedido de participar do julgamento do petista na segunda instância no caso que investiga as reformas feitas em um sítio em Atibaia.
Os advogados do ex-presidente alegam que o desembargador não tem isenção para julgar o caso de Lula . Thompson Flores ingressou na 8ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), que julga os casos da Lava-Jato na segunda instância. Nos últimos dois anos, no entanto, ele foi presidente do tribunal.
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Nesse período, a defesa de Lula alega que ele tomou atitudes que fizeram com que perdesse a imparcialidade.
Segundo os advogados dos petista, após a condenação de Lula no caso do tríplex no Guarujá, Thompson Flores concedeu entrevistas ao "Jornal Nacional" e "O Estado de S. Paulo" em que atrelou o trâmite da ação na segunda instância ao calendário eleitoral. Em outra entrevista, também afirmou que gostou da sentença aplicada por Moro, classificada de "tecnicamente irreparável".
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Além disso, a defesa acusa o desembargador de ter orientado o desembargador João Pedro Gebran Neto a negar a soltura do ex-presidente Lula na polêmica que envolveu a decisão do desembargador Rogério Favreto, que concedeu um habeas corpus ao petista, prontamente revogado por Gebran.
No mesmo episódio, os advogados de Lula afirmam que Thompson Flores teria telefonado ao diretor da Polícia Federal determinando que Lula permanecesse preso antes de proferir a decisão final que manteve Lula na cadeia.
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"De forma muito clara, a determinação informal dada à Polícia Federal, quando existia uma ordem de soltura oriunda de um Desembargador com igual hierarquia, não encontra amparo no arcabouço normativo. Em um regime democrático, um contato telefônico não se sobrepõe a uma decisão judicial", afirmaram os advogados de Lula.
Nesta terça-feira, o desembargador João Pedro Gebran Neto encaminhou o pedido para 4ª Sessão do TRF-4, que será responsável por julgar o pedido da defesa de Lula . A relatora será a desembargadora Claudia Cristofani, segundo a assessoria do tribunal.