O presidente da Bolívia, Evo Morales, ganhou atenção especial de Jair Bolsonaro durante a 54ª Cúpula do Mercosul, nesta quarta-feira (17) em Santa Fé, na Argentina. Os afagos começaram ainda durante o discurso na reunião com chefes de Estado, quando o brasileiro disse que estava com "saudades" do boliviano e mencionou que não se viam desde a posse em Brasília, em janeiro. Depois, em entrevista coletiva a jornalistas, Bolsonaro mencionou que "até o Evo Morales" se mostrou disposto a buscar uma solução para a Venezuela.
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O momento mais curioso, entretanto, ocorreu quando os líderes posaram para a foto oficial da Cúpula do Mercosul. Todos levantaram a mão direita, mas Evo Morales , por sua vez, acenou com a esquerda. Bolsonaro pediu para que ele trocasse a mão. O boliviano manteve a posição. A cena provocou risos discretos dos presidentes Mauricio Macri (Argentina), Mario Abdo Benítez (Paraguai), Tabaré Vázquez (Uruguai) e Sebatián Piñera (Chile).
"É muito importante buscar solução para a Venezuela e evitar, com o esforço de todos, que apareça uma nova Venezuela aqui na América do Sul. Até o Evo Morales também fez uma nota há pouco se posicionando de maneira até contundente, no meu entender", disse Bolsonaro.
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O posicionamento ao qual o brasileiro se referiu não foi divulgado à imprensa. No discurso na cúpula, Morales não mencionou a Venezuela. Ele também não é signatário do documento divulgado pelo Mercosul , demonstrando a preocupação com o regime de Nicolás Maduro .
Ao ser questionado se a postura de Morales citada por ele o surpreendeu, Bolsonaro disse que o presidente boliviano havia emitido sinais positivos, na visão dele, quando decidiu extraditar o ex-militante de esquerda italiano Cesare Battisti, em janeiro.
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"Não me surpreendeu porque ele já deu indicativo quando liberou o Battisti para a Itália. Por que Battisti foi pra Bolívia? Achava que era o país mais afinado com a ideologia petista num momento em que ele poderia até, sendo pego lá, ficar como ficou no Brasil por muito tempo", justicou, completando que o ato foi de "muita firmeza" de Evo Morales .