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Reprodução/TV Globo
"Ou eu ou Aécio Neves", diz Bruno Covas ao defender expulsão de deputado mineiro

Depois de o governador de São Paulo João Doria (PSDB) dizer que o deputado federal Aécio Nevesdeveria sair espontaneamente do partido , o prefeito de São PauloBruno Covas foi ainda mais incisivo nesta quarta-feira e defendeu que o mineiro sejaexpulso . Em resposta ao diretório do PSDB de Belo Horizonte, que ameaçou pedir também sua expulsão, Covas afirmou que a sigla deve escolher entre ele ou Aécio.

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Políticos tucanos relatam incômodo com a presença de Aécio , investigado em oito inquéritos da Lava-Jato e réu por corrupção em um processo em que é acusado de cobrar R$ 2 milhões de propina do empresário Joesley Batista, do Grupo J&F. Na quinta-feira, o diretório municipal do PSDB de São Paulo encaminhou ao diretório nacional da sigla o pedido de expulsão de Aécio .

O diretório de Belo Horizonte reagiu, ameaçando pedir a expulsão de Covas, investigado em um processo de improbidade administrativa por supostos problemas nos editais do carnaval em 2018 e 2019.

"Já manifestei diversas vezes no sentido da expulsão do deputado Aécio Neves do partido",  afirmou Covas , na manhã desta quarta-feira, durante cerimônia de entrega de trens. "E se o diretório do PSDB de Belo Horizonte quer a minha expusão, essa é uma boa decisão, então, que fica agora para o PSDB nacional: ou eu ou Aécio Neves no partido", reiterou.

Questionado por uma jornalista se, então, era uma questão de "um ou outro", Covas reafirmou: "Ou um ou outro. É incompatível."

Na noite de terça-feira, em Cambridge, na Inglaterra, onde se reúne com investidores, Doria já havia dito que "o melhor seria uma saída espontânea" de Aécio. Segundo ele, seria a forma mais "clara, transparente, equilibrada e serena" de conduzir o processo.

" Esta é uma solução política e eticamente adequada, mas é uma decisão que compete a ambos. Mas se não adotarem, o PSDB vai adotar", afirmou o governador paulista.

Antes de o pedido ser analisado, no entanto, o partido precisa instalar o conselho de ética, o que não há previsão para acontecer.

O presidente nacional do PSDB , Bruno Araújo, disse, também na terça-feira, que, assim que for instalado o colegiado, a representação do diretório paulistano será encaminhada.

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"Toda e qualquer representação contra filiados será encaminhada diretamente ao conselho de ética, que é o órgão competente do partido para analisar essas questões e tem regramento próprio para fazê-lo", disse.

Aécio não demonstra disposição em se licenciar. Procurado para comentar o pedido de expulsão nesta terça-feira, o deputado não quis comentar. Em nota, informou que “não existe nova denúncia contra ele” e que o Supremo Tribunal Federal “apenas transferiu denúncia para a Justiça Federal de São Paulo”. Aécio reafirmou ser inocente das acusações da Lava-Jato.

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