General Heleno falou em uma Comissão na Câmara dos Deputados nesta quarta-feira (10)
Marcos Corrêa/PR
General Heleno falou em uma Comissão na Câmara dos Deputados nesta quarta-feira (10)

O chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, classificou como "lamentável" o episódio do militar Manoel Silva Rodrigues, preso na Espanha com 39 quilos de cocaína em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) no último dia 25. O ministro também afirmou que o País "já está acostumado" a passar vergonha. 

A declaração foi feita nesta quarta-feira (10), durante uma audiência conjunta das Comissões de Direitos Humanos e de Relações Exteriores na Câmara dos Deputados. O general Heleno foi convidado para responder aos questionamentos de parlamentares sobre o caso e afirmou que a aeronave na qual a droga foi apreendida não era de responsabilidade do GSI. 

De acordo com o ministro, o órgão é responsável por fiscalizar apenas as os aviões que transportam o presidente e o vice. Ele disse, ainda, que "não aceitará qualquer acusação de incompetência". “Jamais tivemos qualquer incidente com o presidente da República. Há 80 anos fazemos a segurança do presidente e a coisa mais grave que ocorreu foi uma machadada em um ônibus do ex-presidente José Sarney, no Rio de Janeiro, e ele nem sequer estava no veículo”, afirmou. 

O general também comentou a polêmica em torno da declaração do presidente Jair Bolsonaro (PSL), que afirmou que preferia que o caso tivesse acontecido na Indonésia , onde há pena de morte por tráfico de drogas. Heleno disse que a fala foi apenas "um desabafo" por conta da vergonha. "Vergonha nós estamos acostumados a passar, hein? Porque faz 20 anos que estamos passando vergonha. Então essa vergonha a gente sente sim, muito, mas o País esta acostumado", completou.

O chefe do GSI também defendeu o sargento Manoel Silva Rodrigues e afirmou que ele não tinha nenhum antecedente. "Ao contrário, era um militar exemplar", disse. "Um fato desse surpreendeu a todos e obviamente merece ser apurado e quem estiver envolvido fatalmente responderá pelo crime que cometeu ou pela irregularidade que cometeu, e nós teremos condições de dizer que o problema foi saneado, isso não acontecerá de novo", reiterou. 

Na última semana, a defesa do militar negou todas as acusações e disse que o caso se trata de uma "armação". Rodrigues fazia parte da comitiva de 21 militares que acompanhava a viagem de Bolsonaro ao Japão, onde participou da reunião do G-20. Na ocasião, o general Heleno classificou o episódio como "falta de sorte". 

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