Em meio ao vazamento de conversas do ex-juiz Sergio Moro , hoje ministro da Justiça, e membros da Operação Lava Jato , o ministro Luís Roberto Barroso classificou o caso como "violação criminosa de comunicação privada".
Ao ser questionado diretamente sobre o episódio, Barroso defendeu a Lava Jato. No entanto, afirmou que juiz só se manifesta no fim do processo e não quis comentar sobre Moro .
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"Eu sou juiz. Juiz fala ao final. Não no início, nem no meio. A única coisa que eu sei é que houve uma clara ação de violação criminosa de comunicação privada. Eu queria saber qual família resistiria a dois anos de violação de comunicação privada?", indagou o ministro.
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Mais cedo, Barroso havia dito, sem citar os vazamentos, que há "uma imensa articulação para desacreditar tudo aquilo que foi feito", mas demonstrou otimismo em relação à possibilidade de retrocessos no combate à corrupção.
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Por fim, Barroso ainda fez críticas ao judiciário brasileiro, que, na sua visão, presta um serviço ruim à sociedade.
"Um sistema de Justiça desmoralizado é ruim pra todas as partes, advogados, juiz. Temos que acabar com a naturalização do processo que dura dez anos. Isso faz parte de sistema que não funciona. Se levar 20 anos não é justiça", afirmou.
Nesta sexta-feira (5), a revista Veja publicou matérias em que mostra conversas de Sergio Moro com procuradores. Há indícios de que o ex-juiz influenciava no rito de trabalho da Operação Lava Jato.