O deputado federal Aécio Neves virou réu na Justiça de São Paulo por corrupção e obstrução de justiça no caso em que é acusado de receber propina de R$ 2 milhões do empresário Joesley Batista, em 2017. O parlamentar foi denunciado pela primeira vez pelo então procurador-geral da República, Rodrigo Janot, mas somente nesta sexta-feira (5) o caso foi acatado.
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Aécio Neves vira réu por ter solicitado e recebido R$ 2 milhões do empresário durante uma reunião no Hotel Unique, na capital paulista. Essa denúncia da PGR foi recebida pelo Supremo Tribunal Federal em 2017.
Além do parlamentar, também viraram réus sua irmã, Andréa Neves, e o primo Frederico, responsável por buscar o dinheiro.
A denúncia se deu após grampos no telefone do empresário revelarem o pedido de empréstimo do então senador tucano. Na época, os dois combinaram a entrega de dinheiro.
A descoberta do empréstimo se deu no mesmo dia em que Joesley Batista também revelou uma conversa com o então presidente Michel Temer no Palácio do Jaburu.
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O caso veio para a Justiça Federal de São Paulo em fevereiro deste ano. Em maio de 2018, o Supremo restringiu a abrangência do foro privilegiado e decidiu que só devem responder no STF políticos no exercício do cargo em que o crime foi cometido. No caso de Aécio, o pedido de propina ocorreu quando ele era senador, mandato que se encerrou este ano com o início da nova legislatura.
O procurador da República Rodrigo de Grandis, do MPF em São Paulo, responsável pelos casos relacionados a Aécio Neves oriundos do STF, além da manutenção do inquérito no Estado, requereu também a ratificação das decisões do Supremo no caso, inclusive o recebimento da denúncia mencionada acima – que trata de uma parte dos crimes investigados no inquérito policial.
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O inquérito que a defesa de Aécio pleiteou transferir para a Justiça Eleitoral de Brasília trata de oito episódios envolvendo pagamentos determinados por Joesley a Aécio antes e após a eleição de 2014 na qual o político foi derrotado por Dilma Roussef. Segundo o empresário, as doações foram para a campanha. Contudo, para o MPF, o uso da expressão doação de campanha não é correto e cita episódios em que os recursos foram aplicados sem relação com despesas do pleito de 2014.
Para o MPF não há prova de que crimes eleitorais tenham sido cometidos no caso, mas sim corrupção e lavagem de dinheiro e que, ainda que venham a ser provados crimes eleitorais na investigação, estes não possuem conexão com os fatos investigados. Aécio Neves nega.