Renan Miguel Saad era conhecido como
Agência O Dia
Renan Miguel Saad era conhecido como "Gordinho" na lista da Odebrecht e defendeu jatinho para Pezão voar sem ser xingado

Preso temporariamente pela força-tarefa da Lava-Jato  nesta segunda-feira, o procurador Renan Saad recebeu nove repasses entre 2010 e 2012 em valores que variam de R$ 90 mil a R$ 400 mil pelo sistema Drousys da Odebrecht , também conhecido como o "setor da propina" da empreiteira.

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No total, Saad teria recebido R$ 1,265 milhão relacionados à obra da Linha 4 do Metrô do Rio , a Saad. A alteração do trajeto teria beneficiado a empreiteira, que tinha em seu projeto as estações que atendem ao Leblon e Ipanema, com passagem por São Conrado até o destino final na Barra da Tijuca.

A obra da Linha 4 do Metrô do Rio originalmente foi orçada em R$ 880 milhões em 1998 e tinha como plano passar pelo Humaitá, Jóquei, no Jardim Botânico, até a Gávea. Seu custo ao longo dos anos foi reajustado para R$ 9,6 bilhões.

O Ministério Público Federal diz ter localizado em uma empresa de manutenção de depósito de documentos, contratada pela transportadora Transexpert, registro de pagamento realizado no endereço do escritório de advocacia de Renan Saad , que fica na Avenida Rio Branco, no Centro do Rio.

O MPF afirma que a prisão de Saad foi necessária para colher depoimentos de pessoas subordinadas a ele, "imprescindíveis para apuração de crime de organização criminosa e de lavagem de dinheiro" por intermédio de seu escritório.

Os procuradores alegam que há provas da realização de atos de ofício praticados por Saad, em favor das construtoras ligadas às obras da linha 4 do metrô, em especial no que se refere à mudança do traçado original do metrô e viabilização do pagamento pela aquisição dos equipamentos necessários do TBM (Tunnel Boring Machine) e seus periféricos, o chamado "Tatuzão".

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Confira os repasses e as datas em que o procurador recebeu propina:

1) 10/09/2010 – R$ 185 mil

2) 24/09/2010 – R$ 100 mil

3) 04/11/2010 – R$ 90 mil

4) 01/12/2010 – R$ 90 mil

5) 08/07/2011 – R$ 400 mil

6) 06/10/2011 – R$ 100 mil

7) 30/11/2011 – R$ 100 mil

8) 16/02/2012 – R$ 100 mil

9) 18/04/2012 – R$ 100 mil

Agentes  cumpriram hoje de manhã três mandados expedidos pela Justiça Federal.

Pareceres favoráveis de Saad teriam sido "fundamentais" para viabilizar as obras da Linha 4, segundo a investigação. A mudança na construção beneficiaria a organização criminosa vinculada ao ex-governador Sérgio Cabral, segundo os investigadores.

O procurador, que era identificado no Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht como "Gordinho" , teria recebido repasses da empreiteira entre 2010 e 2014, de acordo com a forta-tarefa. Um deles — de R$ 100 mil — teria sido realizado em dinheiro vivo no escritório de advocacia de Saad.

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