A líder do governo no Congresso, deputada Joice Hasselmann (PSL-SP), afirmou nesta segunda-feira (24) que um depoimento do ministro da Justiça, Sergio Moro, na Câmara dos Deputados é "dispensável" porque ele já "respondeu tudo o que tinha que responder" no Senado, na semana passada, sobre as mensagens divulgadas pelo site "The Intercept Brasil".
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Moro havia se comprometido a comparecer na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara na próxima quarta-feira, para falar sobre o mesmo assunto, mas desmarcou no domingo a ida.
"Ele já foi sabatinado oito horas no Senado. Então duvido que alguém tenha deixado passar alguma pergunta. Vai ser mais do mesmo. Do ponto de vista do cuidado do tempo e do trabalho do ministro, eu acho que é dispensável. Porque ele já respondeu tudo o que tinha que responder", afirmou Joice , depois de uma reunião com o presidente Jair Bolsonaro no Palácio do Planalto.
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Joice, contudo, defendeu que o ministro tente agendar uma nova data, para evitar que os deputados aprovem uma convocação — o que tornaria sua presença obrigatória.
"Não falei com o ministro Moro a respeito disso ainda, mas vamos ver se a gente consegue apaziguar um pouquinho e transformar essa convocação em convite de novo. É possível. O ministro pode ter uma agenda que não está batendo com a agenda da CCJ, mas com uma boa conversa a gente tenta".
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O ministro marcou as audiências no Senado e na Câmara assim que o caso veio à tona com o objetivo de enfraquecer as iniciativas da oposição de propor uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) com base nas conversas divulgadas pelo "The Intercept Brasil". A assessoria de imprensa do ministro informou que ele não poderá comparecer à Câmara devido a uma viagem aos Estados Unidos, mas disse que "nova data será definida com a Câmara".
Havia a expectativa de um clima mais hostil em relação ao ministro na Câmara . Deputados do PT afirmam que Moro deixou várias perguntas sem resposta no Senado e prometiam uma atitude mais incisiva.
Apoiadores de Moro também previam um clima diferente na Câmara, mas acreditavam que o ministro não teria problemas. Um dos deputados lamentou a decisão de Moro em adiar a presença afirmando que, desta forma, ele fica mais exposto a novas publicações, em vez de encerrar o assunto de vez no Congresso.