Disputa acirrada
Antes de Moro ir para o STF, pode ser que vá primeiro o juiz Marcelo Bretas. É que a próxima vaga será aberta em novembro de 2020, com a aposentadoria de Celso de Mello. Para ela, Bolsonaro pode indicar Bretas , que é evangélico, do Rio, e bolsonarista. O presidente disse que deseja um evangélico no STF. Para Moro, ficaria a vaga que se abrirá com a saída de Marco Aurélio Mello, em julho de 2021.
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Acordo bilionário
Ao aprovarem o crédito suplementar de R$ 248 bilhões para o governo Bolsonaro pagar contas do Bolsa Família , benefícios para idosos carentes (BPC) e Plano Safra, os parlamentares acertaram que parte desse dinheiro deve ser, obrigatoriamente, direcionada para alguns setores essenciais. Um deles é o habitacional: o governo precisa aplicar R$ 1 bilhão no programa Minha Casa, Minha Vida. Assim, o Ministério do Desenvolvimento Regional, do ministro Gustavo Canuto, decidiu que vai usar esse dinheiro para construir 26 mil novas casas populares este ano. Além de dar novas moradias a pessoas de baixa renda, o governo vai investir no setor da construção civil, que é conhecido por gerar muitos empregos. O programa foi lançado por Dilma, mas Bolsonaro o está incrementando.
Minha Casa
Para a construção das 26 mil novas casas, serão contratados 50 mil trabalhadores. Este ano, o ministro Canuto já fechou a construção de 106 mil unidades e entregou 30 mil delas, ocupadas por 122 mil pessoas. O ministro vem trabalhando sem muito estardalhaço. Na semana passada, entregou 1.296 casas em Belém.
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Educação
Esse acordo foi selado pela deputada Joice Hasselmann (PSL-SP), líder do governo no Congresso, em nome do presidente Bolsonaro . Além do dinheiro para moradias, o governo se comprometeu a destinar R$ 1 bilhão para a Educação, R$ 550 milhões para a Transposição do Rio São Francisco e R$ 330 milhões para bolsas do CNPq.
Rápidas
* Para salvar milhares de Santas Casas e hospitais filantrópicos da falência, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, anunciou a liberação de linha de crédito de R$ 1 bilhão para o segmento atender usuários do Sistema Único de Saúde (SUS). Dinheiro do BNDES.
* A insatisfação de deputados no PSL deverá provocar a debandada de pelo menos dez deles, entre os quais Alexandre Frota. Ele disse que se soubesse que o governo seria tocado por Olavo de Carvalho teria anulado o voto.
* Os deputados estão irritados com a falta de pagamentos de emendas parlamentares. Nos primeiros cinco meses, o governo liberou somente R$ 1,7 milhão em emendas. No ano passado, Temer liberou R$ 425 milhões ao mês.
* O presidente Bolsonaro garante que a chance de demitir o ministro da Justiça Sergio Moro é “zero” e mantém sua promessa de indicá-lo para o STF. O ministro vive em clima de tensão permanente já há duas semanas.
Você viu?
Retrato falado
O general Augusto Heleno, ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), ficou inconformado com a declaração estapafúrdia de Lula , na cadeia, dizendo desconfiar que não tenha sido verdadeira a facada dada por Adélio Bispo em Bolsonaro em Juiz de Fora. Heleno foi à loucura, afirmando que o ex-presidente estava sendo desonesto e debochando da sociedade. Já Bolsonaro disse que se Lula tivesse levado a mesma facada “sairia muita cachaça da barriga dele”. Bateu, levou.
Toma lá da cá
Senador Plínio Valério (PSDB-AM)
A maioria dos senadores apoia a Reforma da Previdência?
A reforma vai passar aqui no Senado sem maiores problemas. E não vai passar porque o presidente quer. Passará porque a nossa convicção é que o Brasil precisa da reforma.
Na Câmara, o projeto do governo será alterado, não chegando a R$ 1 trilhão.
Esse R$ 1 trilhão é coisa do Paulo Guedes, que chuta um número. As propostas de alteração para os trabalhadores rurais e BPC serão retiradas na Câmara e as mudanças serão mantidas no Senado.
O PSDB votará em massa na Nova Previdência?
Os oito senadores do PSDB não concordam com mudanças profundas que descaracterizem a reforma. Isso o PSDB não vai aprovar.
Baixas na caserna
O presidente Jair Bolsonaro está fazendo um estrago no meio militar, deixando o Alto Comando em polvorosa. Na última semana, demitiu três generais do seu governo. Além do general Carlos Alberto dos Santos Cruz, da Secretaria de Governo, dispensou também o general Juarez Cunha, da presidência dos Correios, e afastou o general Franklimberg Ribeiro de Freitas, da Fundação Nacional dos Índios (Funai).
É o capitão se insubordinando contra os generais. No início do governo, Bolsonaro nomeou sete generais para o ministério, além de 41 militares para cargos no segundo escalão. O Alto Comando espera que a parceria estabelecida com o presidente não sofra abalos.
Prêmio de consolação
Para não deixar o ex-ministro desamparado, Bolsonaro ofereceu a presidência dos Correios para Santos Cruz. Ele não aceitou. No mesmo dia em que foi demitido, limpou suas gavetas no Planalto. O presidente disse que a “separação foi amigável”. Cruz mandou-lhe uma carta desejando felicidade.
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Nova política
O Novo, presidido por João Amoêdo, fez um levantamento sobre o uso do dinheiro da União para manter seus parlamentares e chegou a uma economia de R$ 40 milhões. Ou seja, seus oito deputados federais contrataram, em média, 7 funcionários, ao invés dos 25 permitidos. Se os demais partidos fizessem o mesmo, a economia seria de R$ 2,5 bilhões.
Bom exemplo
Nos estados, o quadro é parecido. O Novo tem 12 deputados estaduais, que contrataram, em média, 7 funcionários, ao invés dos 23 autorizados pelas assembleias, com uma economia de R$ 92 milhões. Se todos fizessem o mesmo, a economia seria de R$ 2,3 bilhões. Só com a redução de funcionários, o Brasil economizaria R$ 5,7 bilhões em 4 anos.
Crise no PSB
Pelo menos 15 deputados do PSB estão revoltados com o presidente Carlos Siqueira, que fechou questão contra a Reforma da Previdência. Entre eles estão Flávio Gomes (PSB-SP), Rosana Valle (PSB-SP), Felipe Rigoni (PSB-ES) e Rodrigo Coelho (PSB-SC), que decidiram votar a favor, mesmo que sejam punidos.