O presidente Jair Bolsonaro disse, nesta terça-feira (18), que não tem um 'plano B' caso os decretos das armas sejam derrubados pelo Congresso. Por outro lado, adiantou que, como chefe do Executivo, determinará que a Polícia Federal não dificulte quem queira ter armas em casa. O tema está sendo votado no plenário no Senado. Na semana passada, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) aprovou a derrubada dos decretos, por 15 votos a 9.
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"A Polícia Federal está sob meu comando. No Brasil, o grande ‘reclamo’ do pessoal do passado era que a PF, na questão de efetiva necessidade, tinha dificuldade, e eu como presidente, isso vai ser atenuado, porque vou determinar junto ao ministro Sergio Moro (Justiça e Segurança Pública), que tem a PF abaixo dele, para a gente não driblar. É não dificultar quem quer por ventura ter arma em casa", disse Bolsonaro a jornalistas no Palácio do Planalto.
O presidente voltou a relacionar o desarmamento com regimes totalitários. No final de semana, ele defendeu armar a população como modo de evitar golpes de estado.
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"Eu tenho conversado com os senadores e tem aquele pessoal de esquerda que é sempre contra, né? Toda boa ditadura é precedida de desarmamento. O povo da Venezuela não teve como reagir. Se tivesse, não estaria acontecendo tudo aquilo", disse.
Bolsonaro mencionou novamente que não está descumprindo uma lei, mas "respeitando a decisão do povo em 2005 quando decidiu pelo direito de comprar armas e munições."
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"Queremos que o legítimo direito de defesa seja exercido por todos aqui no Brasil. Por outro lado, a bandidagem tá muito bem armada. Eu acho que quem quer ter uma arma em casa, não tem problema nenhum. E a arma é legal, tem o nome, tem o número, tem o registro e, se algo de errado acontecer com aquela arma, o dono vai se responsabilizar", afirmou.
Mais cedo, o presidente Bolsonaro fez um apelo a deputados e senadores para que não deixem os dois decretos sobre armas "morrerem na Câmara ou no Senado".
No sábado, Bolsonaro fez em suas redes sociais um pedido para a população cobrar os senadores pela manutenção dos decretos . Nesta terça-feira, o presidente disse que nada poderia fazer numa eventual derrota do texto. "Não sou ditador, sou democrata, pô" , destacou ele.
Caso a decisão da CCJ seja mantida no plenário do Senado, ela ainda terá que ser confirmada pela Câmara para ter efeito. De acordo com pesquisa Ibope, a maioria dos brasileiros é contra a flexibilização das regras das armas proposta por Bolsonaro .