O presidente Jair Bolsonaro minimizou, nesta sexta-feira (14), a retirada de pontos do texto original enviado pelo governo do relatório apresentado na última quinta (13) à Comissão Especial que discute a reforma da Previdência na Câmara dos Deputados, como a de estados e municípios.
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Segundo Jair Bolsonaro , parlamentares perceberam que alguns governadores queriam a aprovação da proposta sem assumir eventuais desgastes e, por isso, foi natural que de dentro do Congresso tenha vindo "uma onda" para desvincular a reforma de servidores estaduais e municipais. As declarações ocorreram durante café da manhã com jornalistas que cobrem o Palácio do Planalto.
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"Se a gente forçar a barra, a gente pode não aprovar nada", comentou Bolsonaro, acrescentando que considera natural ceder em alguns itens, desde que seja "no limite curto" da economia prevista pela equipe econômica. Bolsonaro ainda contou que havia feito essas considerações em conversa com o ministro da Economia, Paulo Guedes.
Questionado se tem um plano B para o caso de a reforma não ser aprovada, ele comparou o cenário ao da ausência da noiva em um casamento marcado. Segundo o líder político, não seria o caso de perguntar durante a cerimônia se alguém gostaria de ocupar o lugar vago.
Bolsonaro disse não crer que o governo vá "perder a batalha da Previdência " e reafirmou a confiança na aprovação da proposta. Em seguida, afirmou que não acredita em contagem de votos, lembrando que presenciou pesquisas sobre isso nos tempos de deputado federal. "Nossa base é diferente das de antigamente. Nós vamos pelo convencimento", declarou.
O presidente
ainda afirmou que a prioridade do governo após a eventual aprovação das novas regras do sistema previdenciário é a reforma tributária. Em seguida, mencionou o pacote anti-crime apresentado pelo ministro da Justiça e da Segurança Pública, Sergio Moro.
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Jair Bolsonaro disse que deverá levar à reunião do G-20, no Japão, no fim do mês, uma mensagem para recuperar "a confiança que o Brasil perdeu", argumentando que os escândalos de corrupção ocorridos no país foram um "péssimo cartão de visitas".