Depois do vazamento de conversas com o procurador Deltan Dallagnol e trocas de mensagens de integrantes da força-tarefa da Lava Jato, divulgadas em reportagem do site The Intercept no último domingo (9), o ministro Sérgio Moro têm recebido apoios e críticas na mesma medida. Quem o defende, diz que sua carreira mostra seu trabalho contra a corrupção. Quem o ataca, diz que ele deve deixar o cargo. Porém, ele garante que não pretende fazer isso e ainda desafiou o veículo de comunicação a publicar o restante das mensagens.
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"Pode ser que tenham novas publicações. Mas assim, eu sempre pautei o meu trabalho pela legalidade. Os meus diálogos e as minhas conversas com os procuradores, com advogados, com policiais, sempre caminharam no âmbito da licitude. Não tem nada ali, fora sensacionalismo barato. Se quiserem publicar tudo, publiquem. Não tem problema", afirmou o ministro Moro , em entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo .
Durante a conversa, Moro se disse alvo de um crime cibernético realizado por uma organização criminosa profissional. Além disso, apontou que, em sua opinião, há um viés político-partidário no vazamento das mensagens, mas que não há qualquer risco de que a episódio anule os processos julgados por ele ou atrapalhe o governo Bolsonaro .
Caso Triplex
Apesar de não confirmar que as mensagens que lhe foram atribuídas são realmente dele, o ministro garante que não existe qualquer possibilidade de o caso do Triplex , julgado quando ele ainda era juiz , sofrer mudanças e não descartou a possibilidade de trechos modificados terem sido inseridos no texto.
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"Olha, se tiver uma análise cautelosa, se nós tirarmos o sensacionalismo que algumas pessoas interessadas estão fazendo, não existe nenhum problema ali. Foi um caso decidido com absoluta imparcialidade com base nas provas, sem qualquer espécie de direcionamento, aconselhamento ou coisa que o valha", afirmou.
Lava Jato
Moro garantiu que o episódio não irá manchar a operação , uma vez que todas as ações eram formalizadas e documentadas, e que vê as instituições como os principais alvos dos ataques dos hackers : "a gente ainda não sabe onde isso vai parar".
Por fim, o ministro voltou a afirmar que recebeu total apoio de Bolsonaro, não se sentiu isolado em momento algum e que não cogitou deixar o posto de ministro por não acreditar que teve qualquer tipo de comportamento impróprio.
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"Tudo o que eu fiz naquele período foi resultado de um trabalho difícil. E nós sempre agimos ali estritamente conforme a lei . Qualquer situação, despido o sensacionalismo, está dentro da legalidade. Conversar com procuradores, conversar com advogados, isso é absolutamente normal", finalizou Moro .