A oposição protocolou nesta quarta-feira (12) um requerimento de criação de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para apurar e investigar as condutas de magistrados e membros do MPF e da Operação Lava Jato , entre eles o procurador Deltan Dallagnol e o hoje ministro Sergio Moro, após a divulgação de conversas entre os dois, quando Moro ainda era juiz responsável pela operação.
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Nesta terça-feira (11), o bloco da oposição formado por PT, PCB, PCdoB, PSOL, PDT e PSB se reuniu e definiu o esquema para criação da CPMI, que precisará ter ao menos 171 assinaturas de deputados e 27 de senadores para que seja aberta, além de pedir o imediato afastamento de Sergio Moro do cargo de ministro da Justiça e Segurança Pública e dos procurados que atuam na força tarefa da Lava Jato.
"As conversas são deploráveis e atentam contra o Estado Democrático de Direito. Revelam também abusos de autoridade conduzidos por quem deveria zelar pela Lei e pela
Constituição Federal. É um ataque sem precedentes na história da República ao direito de defesa e ao devido processo legal", escreveram os partidos em nota.
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Oposição quer convocar Moro para dar explicações
A oposição também anunciou que atuará para que Sergio Moro e Deltan Dallagnol sejam convocados para dar explicações no Congresso. No mesmo dia da reunião, a líder do governo no Congresso, deputada federal Joice Hasselmann (PSL-SP) anunciou que o ministro Moro irá à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado e que ele negocia sua ida à CCJ da Câmara para falar sobre a troca de mensagens com Dallagnol.
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De acordo com Joice, Moro deve deve ir espontaneamente às comissões, sem a necessidade da convocação planejada pela oposição
. As datas sugeridas pelo líder do governo no Senado,
Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), ao presidente da Casa, Davi Alcolumbre (DEM-AP), para que o ex-juiz da Lava Jato vá ao Senado foram os dias 19 ou 26 de junho.