Uma foto das deputadas Gleisi Hoffmann (PT-PR) e Maria do Rosário (PT-RS) ao lado de uma jovem circulou nas redes sociais nesta quinta-feira (30). Camila Georg enganou as parlamentares escondendo a camiseta que usava no momento da foto, que desrespeita a vereadora Marielle Franco (PSOL), assassinada em março do ano passado.
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Camila Georg, conhecida como "Preta Opressora" nas redes sociais, estava usando uma camiseta com a imagem de Marielle e os dizeres: "Mariele Vive". No entanto, a frase de baixo completa: "enchendo o saco". A jovem tirou foto ao lado das parlamentares, que não haviam percebido que a roupa estampava ataques à vereadora.
Em um vídeo publicado hoje, as deputadas afirmaram que passaram por uma tentativa de "constrangimento" e disseram que não podem aceitar que as imagens sejam usadas "de forma a legitimar posições com as quais não compactuam". "Marielle Franco vive, na memória e nas lutas de milhões de pessoas pelo mundo que não aceitam as injustiças e sonham com uma sociedade melhor", escreveu Maria do Rosário .
"Aqui dentro do Congresso Nacional uma pessoa pediu para fazer uma foto, a gente sempre tem o maior carinho. A camisa estava fechada. A gente viu que tinha o rosto da Marielle. Para nós isso é muito precioso", diz a deputada no vídeo. "Quando a gente bateu a foto, a pessoa abriu a camisa, e era um desrespeito à memória da Marielle", explicou.
Após o ocorrido, Maria do Rosário registrou um boletim de ocorrência contra a jovem. Parlamentares do PSL, no entanto, aplaudiram a atitude de Camila Geog. "Assim nascem os mitos", escreveu o deputado Daniel Silveira nas redes sociais.
O deputado Carlos Jordy também comentou o caso em sua conta do Twitter. "Uma garota negra tirou foto hoje c/ Maria do Rosário aqui na Câmara usando uma camisa c/ a estampa 'MARIELLE VIVE'. Até aí tudo bem,até ela perceber o que estava escrito embaixo em letras menores 'enchendo o saco'. Rosário registrou ocorrência. Qual o crime? Liberdade de expressão?", criticou.
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As deputadas aproveitaram o ocorrido para cobrar explicações do caso da Marielle , que já está há 442 dias sem resposta. "Como o tio da mulher do Bolsonaro foi preso? Porque foi preso e porque é miliciano? Esse governo e esse PSL precisam responder as milícias e quem matou Marielle", afirmou Gleisi.