Um oficial da Guarda Civil de Ouro Preto, em Minas Gerais, foi filmado enquanto chutava e destruía um tapete de serragem, feito em homenagem à vereadora Marielle Franco (Psol) – morta a tiros no ano passado, no Rio de Janeiro. A gravação viralizou nas redes sociais neste domingo (21).
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O tapete de serragem que homenageava Marielle Franco integrava uma tradição de Páscoa, que existe desde o século XVIII em Ouro Preto. Segundo a tradição fieis colorem as ladeiras da cidade durante a Semana Santa. Esse é o segundo ano consecutivo que essa destruição aconteceu na cidade histórica mineira.
Nas imagens, a Guarda Civil Municipal aparece pisoteando o tapete, durante as celebrações religiosas desta Páscoa. Populares aparecem questionando a atitude do guarda, enquanto se ouve gritos de "Marielle Vive" e outros exigindo a "liberdade de expressão" dos fieis.
Em nota enviada à impresa, a corporação confirmou que houve a destruição dos desenhos e disse que isso se deu porque eles eram de cunho político. Além disso, a Guarda Civil informou que "a liberdade de expressão não é absoluta ainda mais quando outros direitos estão sendo afetados".
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No comunicado, a corporação diz ainda que temas não devocionais desrespeitam a tradição de Ouro Preto e que os guardas só desmancharam os tapetes com os pés por não terem outro instrumento em mãos. Apesar disso, tapetes que lembravam o incêndio na catedral de Notre-Dame, em Paris, e o desastre com a barragem da Vale, em Brumadinho (MG), que também não são devocionais, foram respeitados pela Guarda e continuaram inteiros durante as celebrações.
Nos últimos anos, a decoração nas ladeiras tem sido usada para alertar não só sobre o tema da Campanha da Fraternidade da Igreja Católica e sobre assuntos religiosos, mas também como manifestação a respeito de problemas da atualidades e questões políticas. Leia a íntegra a nota da Guarda Municipal de Ouro Preto.
"O Comando da Guarda Civil Municipal vem publicamente agradecer a todos que contribuíram direita e indiretamente para a gloriosa Semana Santa de Ouro Preto, em especial aos guardas, polícias que bravamente mantiveram a ordem do princípio ao fim.
Quanto ao episódio onde os agentes municipais desmancham desenhos de cunho político entre outros que nenhuma relação possuem com os "tapetes devocionais", informamos que a liberdade de expressão não é absoluta ainda mais quando outros direitos estão sendo afetados.
O recado já foi dado em 2018, em 2019 não foi diferente. Respeitem Ouro Preto
, nossas tradições. Vale salientar que os guardas só desmancharam os tapetes com os pés, porque não tínhamos outro instrumento".
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