O secretário de Comunicação da Presidência, Fábio Wajngarten, afirmou nesta terça-feira que a disputa entre o ministro da Secretaria de Governo,Carlos Alberto dos Santos Cruz, e o ideólogo de direitaOlavo de Carvalho ocorreu devido a uma "disputa de paixão" pelo presidente Jair Bolsonaro, e negou que tenha relação com verbas publicitárias. Wajngarten, cujo órgão é subordinado a Santos Cruz, negou também ter ligações com Olavo. O secretário participou de uma audiência na Comissão de Transparência do Senado.
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"O que eu notei foi uma disputa de paixão pelo presidente. Uma disputa de quem queria ficar mais perto do presidente. O que eu notei, quer seja do professor Olavo
de Carvalho, que eu reitero que nunca o vi, que mora lá fora, e o ministro Santos Cruz, que estamos embaixo dele, com relação à pasta, era apenas uma acomodação de versões em busca da proteção e promoção da comunicação. Nada além disso e nada passou perto da disputa de verbas. Nada", ressaltou.
Wajngarten disse que a Secom não tem ingerência sobre as redes sociais do presidente Jair Bolsonaro e que ele "publica o que quer" em sua contas.
"Toda a comunicação oficial passa pela Secom. Toda a diretriz geral da comunicação. É óbvio que não sei a senha do Twitter, pertence ao presidente. Eu nem entro nessa seara. Ele publica o que ele quer. É direito dele, a conta é dele", disse.
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O secretário minimizou, ainda, a influência dos filhos de Bolsonaro, especialmente o vereador Carlos Bolsonaro , na comunicação do governo federal.
"Eu vi o filho do presidente duas vezes. A primeira vez foi quando o presidente tomou a facada em Juiz de Fora. A segunda vez foi no quarto do Einstein, na última cirurgia (de Bolsonaro). Eu não noto essa ingerência dos filhos. O presidente deu à Secom liberdade total, total para a gente trabalhar tecnicamente", explicou o secretário.
Além disso, Wajngarten relatou receber muitas cobranças para que Bolsonaro faça mais pronunciamentos em cadeia nacional de rádio e televisão, mas ressaltou que isso só pode ocorrer em casos bem definidos.
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"Muitos acham, de ambas as correntes, quer seja militar quer seja olavista, “o presidente tem que ir para rede nacional”. Meu Twitter é inundado disso. Não pode ir para rede nacional. Não pode. Que fique claro e registrado. Para a utilização de rede nacional precisa ser exclusivamente de utilidade pública. Existem preceitos legais para casos claros e determinados de convocação de rádio e televisão de rede nacional", concluiu.