O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, pediu que os recursos de R$ 2,5 bilhões de uma multa paga pela Petrobras nos Estados Unidos fossem destinados à sua pasta. No entanto, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, e o presidente Jair Bolsonaro negaram o pedido. As informações são da Folha de S.Paulo .
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Em janeiro de 2018, a Petrobras fez um acordo com os Estados Unidos a para encerrar uma ação coletiva movida por investidores norte-americanos. Os EUA entraram com o processo por conta de perdas provocadas após a descoberta de crimes investigados pela Lava Jato. Para cessar a ação, a estatal resolveu pagar uma multa em três parcelas aos acionistas.
O departamento de Justiça dos Estados Unidos concordou em abater 80% da multa desde que os recursos fossem usados para recompor danos causados à sociedade brasileira. Sendo assim, a Petrobras firmou um acordo com a Lava Jato, que pretendia criar uma fundação conhecida como "Fundação Deltan Dallagnol" .
Dodge, no entanto, não concordou com a ideia. A procuradora-geral foi ao Supremo Tribunal Federal (STF) para pedir anulação, alegando que as verbas deveriam ser destinadas à União. “É importante realçar que há mecanismos de ingresso desses valores no orçamento da União, em ações orçamentárias específicas e que não impliquem em transferência, direta ou indireta, para a Petrobras, como, por exemplo, ações orçamentárias a favor do Ministério da Educação”, afirmou à época.
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De acordo com o jornal, Moro insistiu a Dodge para que os R$ 2,5 bilhões fossem destinados à pasta da Justiça, mas a magistrada ainda preferiu que o dinheiro fosse atribuído a educação. Bolsonaro concordou.