Transgêneros devem ter as mesmas proteções da Lei Maria da Penha, segundo aprovou CCJ do Senado
Creative Commons
Transgêneros devem ter as mesmas proteções da Lei Maria da Penha, segundo aprovou CCJ do Senado

A Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado aprovou nesta quarta-feira (22) projeto que dá às mulheres transgênero as mesmas proteções previstas na Lei Maria da Penha.  O texto, de autoria do hoje ex-senador Jorge Viana (PT), teve como relatora a senadora Rose de Freitas (Pode-ES) e agora segue para a Câmara dos Deputados. 

Leia também: Senado aprova criminalização da homofobia, mas deixa igrejas fora da regra

Na justificativa do projeto, Viana escreveu que, embora o foco inicial da Lei Maria da Penha tenha sido a proteção da mulher, o ordenamento jurídico precisa acompanhar as transformações sociais. "Nesse contexto, entendemos que a lei deve ter o seu alcance ampliado, de modo a proteger não apenas as mulheres nascidas com o sexo feminino, mas também as pessoas que se identificam como sendo do gênero feminino, como é o caso de transexuais e transgêneros", disse o petista.

Leia também:  Transgênero brasileira obtém status de refugiada na Itália

A relatora do texto concordou com os apontamentos de Viana e destacou que várias decisões judiciais, incluisve proferidas pelo Supremo Tribunal Federal (STF), versam no mesmo sentido.; "Temos que efetivamente é chegado o momento de enfrentar o tema pela via do processo legislativo, equiparando-se em direitos todos os transgêneros , através da sugerida alteração da Lei Maria da Penha", escreveu Rose de Freitas.

O texto foi aprovado com 17 votos favoráveis e 2 contra – estes, dos senadores Juíza Selma (PSL- MT) e Alessandro Vieira (Cidadania-SE).

Leia também: Taiwan vira 1º país da Ásia a legalizar casamento homoafetivo

Além da alteração na Lei Maria da Penha, também foi aprovada na CCJ a proposta segundo a qual os crimes motivados por preconceito de gênero ou orientação sexual devem ter as mesmas punições dos crimes de discriminação racial (PL 672/2019).

A proposta de criminalização da homofobia , que também segue para a Câmara, teve o senador Alessandro Vieira como relator. Vieira acrescentou trecho no texto original que deixou as igrejas de fora.

O texto original, proposto pelo senador Weverton Rocha (PDT-MA), previa punição para aquele que "praticar, induzir ou incitar a discriminção ou preconceito de 'raça, cor, etnia, religião, procedência nacional, identidade de gênero e/ou orientação sexual", dentre outras ações – tais como impedir o acesso a locais públicos e o desempenho da atividade profissional em razão do preconceito.

O relator acrescentou ao texto um trecho que prevê punição a quem "impedir ou restringir a manifestação razoável de afetividade de qualquer pessoa em local público ou privado aberto ao público, ressalvados os templos religiosos".

    Mais Recentes

      Comentários

      Clique aqui e deixe seu comentário!