A deputada federal e líder do governo Jair Bolsonaro no Congresso, Joice Hasselmann (PSL-SP), declarou nesta segunda-feira que o presidente não está usando "nenhum discurso beligerante nesse momento" e que não se consegue aliados atacando as pessoas. Pouco antes, no Rio, Bolsonaro havia afirmado que "o grande problema" do Brasil "é a nossa classe política".
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De acordo com Joice , "todo mundo" deve "baixar a guarda" para conseguir aprovar as medidas provisórias enviadas ao Congresso pelo governo, entre elas a que promoveu a reestruturação administrativa. Sem citar seus alvos, ela citou "uma ou outra figura no meio do caminho" responsáveis pelo clima beligerante, que segundo a deputada "não ajuda em nada o governo". Ela cobrou "mais maturidade política" e "menos discurso ideológico de palanque" aos aliados de Bolsonaro e disse que ele também quer isso.
No fim de semana, Joice e a deputada federal Carla Zambelli , ambas do PSL de São Paulo, brigaram no Twitter. Zambelli afirmou que a colega de partido teria um "casamento com centrão" e recomendou a Bolsonaro que "abra o olho" com a deputada. Já Hasselmann acusou a correligionária de fazer nepotismo e disse que trabalha para obter maioria pela reforma da Previdência.
A parlamentar foi questionada se é possível votar a MP ainda esta semana e respondeu que "sempre tem como". Sobre se há clima para isso, ela disse que vai depende de conversas que ocorreriam ainda nesta segunda.
"Se ninguém atrapalhar, a gente consegue", declarou, sendo indagada em seguida se falta bom senso aos deputados de siglas do centrão, que podem invalidar a medida do governo. "Bom senso de quem? Nós temos aí um Congresso que está disposto a votar, nós temos um grupo de líderes que está disposto a seguir com a votação, não só das MPs quanto dos outros textos importantes para o país, não é nem para o governo, é para o país", defendeu.
"Nós não vamos conseguir aliados atacando aqueles que podem votar na gente, votar conosco, votar nos textos que são importantes para o governo. Então tem uma ou outra figura no meio do caminho que tem que entender que esse clima beligerante atrapalha e não ajuda. O clima beligerante hoje não ajuda em nada o governo", disse Joice.
Na opinião da líder do governo, há figuras "em órbita" que têm feito ataques "àqueles que podem ser nossos aliados". "Então não é o presidente que está usando nenhum discurso beligerante nesse momento", analisou.
Referindo-se ao texto compartilhado por Bolsonaro via WhatsApp que carregava tom crítico contra a classe política e dizia que o país era "ingovernável" fora de "conchavos políticos", Joice colocou em dúvida que o presidente tenha encaminhado a mensagem, apesar de ele já ter admitido o envio para "meia dúzia de pessoas".
"Eu não recebi. Eu recebo todos os textos que o presidente encaminha. Textos que podem ser divulgados ou não... Eu não recebi. O Secom (Secretário de Comunicação) daqui não recebeu. Os ministros não receberam. Então alguém particularmente pode ter recebido um texto e, se recebeu, passar um texto encaminhado pelas mãos do presidente para frente é, no mínimo, mau-caratismo", explicou
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"Então a gente tem que ver quem está ajudando e quem está lutando contra o país. Fazer essa peneirada para que a gente possa realmente seguir em frente e tocar esse Brasil, gente. Ninguém aguenta mais. A gente precisa de geração de emprego, geração de renda, aprovar essa Previdência, aprovar essas Medidas Provisórias. Já deu. Eu acho que a gente tem que ter mais, nesse ponto agora, maturidade política e menos discurso ideológico de palanque. Eu sei que o presidente quer isso, eu quero isso. Então a gente tem que fazer a peneirada aí pra ver quem está atrapalhando o caminho e tirar da frente do caminho, pra gente tocar o país", concluiu Joice
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