Conhecido por ser o guru intelectual do presidente Jair Bolsonaro, o escritor Olavo de Carvalho avisou nesta quarta-feira (15) que vai se ausentar, pelo menos temporariamente, do debate político brasileiro. A decisão se dá logo após intensas discussões entre o filósofo, apoiado pelos filhos do presidente, e integrantes da ala militar que apoia o governo Bolsonaro.
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Para Olavo de Carvalho , o debate político no País "se tornou uma coisa absolutamente insustentável". Além disso, o Brasil teria "escolhido seu caminho" ao não apoiá-lo integralmente e, por isso, o filósofo teria decidido por se calar – pelo menos, por enquanto.
"Eles querem me tirar da parada? Tiraram. Eu vou ficar quietinho agora, não me meto mais na política brasileira. O Brasil escolheu o seu caminho. Escolheu confiar em pessoas que não merecem a sua confiança e, agora, vai se danar", disse. "Evidentemente, vai virar um entreposto da China. É esse o sonho de todos eles. Cortar relações com os Estados Unidos e Israel e ficar do lado chinês. É isso que eles querem", afirmou.
As declarações de Olavo foram feitas durante uma entrevista a um site de direita. Na ocasião, o filófoso ainda criticou militares que atuam no Planalto, como o ministro da Secretaria de Governo Santos Cruz, e disse que eles "ganharam". "Podem ficar com o Brasil. O Brasil é seu", disse.
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Apesar das polêmicas envolvendo seu nome e pontuando seus apoiadores, o chamado guru intelectual do presidente negou que exista um grupo "olavista" dentro do governo. "Esses generais loucos como o Santos Cruz e esses jornalistas loucos inventaram o grupo olavista. E dizem que o grupo olavista está dentro do governo e tem poder. Ora, eu não tenho contato nenhum com essas pessoas", declarou.
O escritor acredita ainda que "taparam" a boca dele e, por isso, o Brasil será governado por Santos Cruz. Nos últimos dias, Carvalho publicou uma sequência de postagens no Twitter ofendendo e criticando o ministro de Bolsonaro – inclusive chamando-o de "merda".
Ainda nessa sequência recente, suas críticas à ala militar de Bolsonaro respingaram sobre o vice-presidente da República, Hamilton Mourão, e o ex-comandante do Exército e assessor do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) general Eduardo Villas Bôas.
Sobre esse último, Olavo de Carvalho afirma não tê-lo ofendido, apesar de tê-lo chamado de " doente preso a uma cadeira de rodas ". "Ora, dizer que um homem doente paralisado na cadeira de rodas está doente paralisado na cadeira de rodas é ofendê-lo? Ora, que porcaria é essa?", indagou o filósofo.