O ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni (DEM), disse nesta quinta-feira (16) que a quebra dos sigilos bancário e fiscal de pessoas ligadas ao antigo gabinete do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) não é um assunto que repercute no governo Bolsonaro.
"Particularmente eu confio no Flávio. E esse não é um assunto do governo. Não é um assunto de governo", disse Onyx Lorenzoni , que participou nesta tarde do 91°Encontro Nacional da Indústria de Construção, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio de Janeiro.
Ele também atenuou os impactos das manifestações ocorridas nesta quarta-feira (15) em mais de 200 cidades do Brasil contra o corte promovido pelo governo federal nas verbas da Educação . Segundo ele, os protestos foram orquestrados por opositores políticos do governo Bolsonaro .
"Eu não achei grande (a manifestação). Achei importante, mas não achei grande. Grande foi dois milhões e meio (de pessoas) no dia 13 de março de 2016 na Avenida Paulista", ponderou.
O ministro creditou os problemas da educação a governos anteriores e prometeu "tirar a ideologia de dentro da educação brasileira". "Numa democracia, as manifestações são normais. O PT e a CUT aparelharam as universidades brasileiras nos últimos 30 anos. As distorções que as universidades brasileiras têm hoje são fruto disso, então esperávamos que fosse assim", disse.
"A gente recebe e recolhe (as demandas). Vamos continuar trabalhando para modificar a educação no Brasil. Temos um trabalho hercúleo que é tirar a ideologia de dentro da educação brasileira, ajudar a preparar melhor os professores e poder replicar no Brasil experiências extraordinárias de escolas públicas do Piauí, Ceará e de outros estados que têm padrão europeu. O foco tem que ser em educação básica. Nós temos no século 21 no Brasil em 2019 a mesma taxa de analfabetos que o Canadá tinha na década de 1950 e temos 30% de analfabetos", continuou.
Durante o evento, Lorenzoni também prometeu manter e ampliar programas habitacionais implantados em governos passados. "O programa habitacional vai ser mantido. Temos duas grandes prioridades: as obras de infraestrutura e a manutenção e ampliação de programas de habitação popular", afirmou.
"Nós temos uma média anual de 400 mil habitações entregues que nós vamos manter este ano. O ministro Canuto prepara junto com o ministério da economia uma reestruturação do Minha Casa, Minha Vida exatamente para permitir que no ano que vem a gente, em vez de 400 mil, quem sabe construa 500 mil casas no Brasil. É uma meta", acrescentou.
Segundo ele, a Casa Civil prepara um pente fino em obras de rodovias e ferrovias espalhadas pelo país. A medida é anunciada desde a época da transição.
"Estamos trabalhando com a Caixa para solucionar isso, porque às vezes as prefeituras não têm contrapartida. Estamos fazendo um pente fino para retomada de mais de 500 obras no Brasil", revelou.
Sobre a reforma da Previdência, Lorenzoni disse que a pasta vem trabalhando em campanhas de esclarecimento para a população. "Estamos ampliando as campanhas de esclarecimento, há muita desinformação", disse.
Mais de uma vez, Lorenzoni aproveitou a sua fala para criticar os governos do PT a uma plateia composta por cerca de 500 pessoas, a maioria representantes de empresas de construção e de associações e federações que reúnem a categoria.
Onyx Lorenzoni se esquivou de perguntas e não quis comentar o descontentamento da base aliada do governo no Congresso com a articulação política feita pelo Planalto. Ele concedeu entrevista coletiva por cerca de cinco minutos e saiu sem responder mais perguntas dos jornalistas.