Líderes de partidos se reuniram nesta terça-feira (14) com o presidente Jair Bolsonaro e afirmam que, durante a reunião, o presidente ligou para o Ministério da Educação (MEC) mandando cancelar o contingenciamento de gastos na pasta. O governo, por sua vez, negou que isso tenha acontecido.
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“O presidente anunciou para oito líderes de partidos. Nós fizemos um apelo para que o ministro da Educação não cortasse. Ele ligou para o ministro e falou: 'Não vamos cortar'. Falou que não há necessidade de fazer esse corte agora”, disse José Nelto (GO), líder do Podemos na Câmara sobre o cancelamento dos cortes na Educação , ao jornal O Globo .
Além dele, estavam presentes representantes do Patriota, Novo, Cidadania (antigo PPS), PSL e PSC, entre outras legendas. O próprio líder do PSL na Câmara, Delegado Waldir (PR), corrobora a versão de que Bolsonaro teria ordenado a suspensão da medida, afirmando que o presidente teria conversado diretamente com o ministro Abraham Weintraub.
“O presidente ligou para o ministro na nossa frente e pediu para rever. O ministro tentou contra-argumentar, mas não tem conversa”, disse o Delegado Waldir ao UOL . "Na nossa frente, o presidente ligou para o ministro, disse que era uma determinação de que não haveria mais contingenciamento e ponto", concordou o líder do Novo, Marcel Van Hattem (RS).
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Os Ministérios da Casa Civil e da Economia divulgaram notas negando a afirmação dos parlamentares. “Não procede a informação de que haverá cancelamento do contingenciamento no MEC. O governo está controlando as contas públicas de maneira responsável”, diz a nota da Casa Civil.
“O ministério da Economia esclarece que não houve nenhum pedido por parte da Presidência da República para que seja revisto contingenciamento de qualquer ministério”, informou a pasta de Paulo Guedes.
Outra que contrariou as afirmações dos colegas foi a deputada Joice Hasselmann (PSL-SP), líder do PSL no Congresso. No Twitter, ela disse que estava com o ministro Abraham Weintraub e ele garantia que o contingenciamento das universidades permanece. O MEC, no entanto, não se posicionou sobre o assunto.
Na noite de terça-feira (14), o deputado Capitão Wagner (Pros-CE) usou a tribuna da Câmara para reclamar da atitude do governo. Ele é um dos que estava presente na reunião e afirmou em plenário que “se há boato barato, quem criou o boato foi o governo”, em referência à postagem de Joice Hasselmann.
“Se o governo não teve o peito para sustentar a determinação do presidente, que foi feita na presença de 12 parlamentares, não sou eu que vou estar como mentiroso perante a imprensa e perante a nação brasileira”, disse. “Não admito ser chamado de mentiroso”, completou.
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Os parlamentares relataram ainda que, após a ligação sobre os cortes na Educação , o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, entrou na sala com o semblante visivelmente irritado.