O Movimento Democrático Brasileiro (MDB), partido de Michel Temer, afirmou que a prisão do ex-presidente, que se entregou à Polícia Federal , em São Paulo, nesta quinta-feira (9), é um 'despropósito' sob 'o argumento de que ele representa um perigo à ordem pública'.
Em nota divulgada no site do partido, o MDB acrescenta que 'continua acreditando na justiça brasileira' e que 'espera que os excessos sejam contidos e que a verdade prevaleça no andamento das investigações'.
Michel Temer e o coronel João Baptista Lima Filho se entregaram à PF na tarde da quinta após ter habeas corpus revogado por decisão do TRF-2. Os dois cumprirão a prisão em uma sala de Estado Maior no Quartel General da Polícia Militar, em São Paulo.
Eles são acusados pela Lava Jato de corrupção, peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa. O processo surgiu por meio da Operação Descontaminação, que investiga desvios de R$ 1,8 bilhão nas obras da usina nucelar de Angra 3 , operada pela Eletronuclear.
De acordo com o Ministério Público , o ex-presidente é o responsável por uma organização criminosa que desviou o valor de R$ 1,8 bilhão em propina . As investigações começaram após a delação de empresários da Engevix, também denunciados.
Também na tarde desta quinta, a defesa do emedebista entrou com pedido de liberdade no Superior Tribunal de Justiça (STJ), que deve ser avaliado na próxima terça-feira (14) pelo colegiado da Sexta Turma.
Michel Temer, que já havia sido preso em março, foi presidente do MDB em três períodos: de setembro de 2001 a março de 2009, quando era deputado; de janeiro a junho de 2010, quando ainda estava na Câmara Federal; e entre janeiro de 2014 e abril de 2016, quando era vice-presidente. O atual presidente do partido é o ex-senador Romero Jucá.