Na condição de presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CREDN) da Câmara, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente Jair Bolsonaro, decidiu cancelar, nesta segunda-feira, duas audiências que teria, na terça-feira, com os embaixadores da Palestina e do Irã, respectivamente Ibrahim Alzeben e Seyed Ali Saghaeyan. A decisão do parlamentar foi motivada pela escalada de enfrentamentos entre Israel e o grupo palestino Hamas na Faixa de Gaza, que somente no domingo fizeram mais de 30 vítimas de ambos os lados.
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Em entrevista ao jornal O Globo
, Eduardo Bolsonaro
disse que enviará e-mails aos dois embaixadores nesta manhã, justificando o cancelamento por conta do ocorrido no fim de semana. Segundo o deputado, além dos foguetes lançados de Gaza a Israel, o Irã teria enviado dinheiro ao Hamas — movimento islâmico palestino, considerado terrorista por Estados Unidos, União Europeia, Japão, Israel e Canadá. O grupo controla a Fiaxa de Gaza, enquanto a Autoridade Nacional Palestina governa a Cisjordânia.
"Estes fatos precisam ser apurados, e no calor do momento prefiro não ter essa reunião com eles", disse o deputado, que frisou ter optado por esse caminho na qualidade de presidente da CREDN. Essa postura, porém, reforça a aliança entre os governos brasileiro e israelense, consagrada desde a posse de Jair Bolsonaro , em janeiro deste ano.
Em uma rede social, na manhã desta segunda-feira, Eduardo Bolsonaro afirmou que Israel é vítima de ataques, mas quase sempre é pintado como vilão. "Isso tem que mudar. Israel jamais lança foguetes aleatoriamente contra civis", disse ele, que gravou um vídeo com imagens dos locais atingidos pelos ataques, boa parte ocupados por civis, como escolas e ônibus. "Não esperem ver Israel de braços cruzados. Eles vão reagir. Aliás, já estão reagindo", afirmou.
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No início do mês passado, o presidente esteve em Israel. Não cumpriu a promessa, feita após vencer as eleições, no fim de 2018, de transferir a embaixada brasileira de Tel Aviv para Jerusalém. Contudo, anunciou a instalação de um escritório na cidade santa. Jerusalém é disputada por israelenses e palestinos.
No segundo semestre deste ano, Jair Bolsonaro
deve visitar alguns países árabes. Segundo fontes, farão parte do roteiro nações aliadas dos Estados Unidos, como Arábia Saudita, Emirados Árabe Unidos e Egito.