O líder do governo na Câmara dos Deputado, Delegado Waldir (PSL-GO), aumentou ainda mais a crise interna no governo Bolsonaro. Em uma entrevista à Rádio Eldorado
na manhã desta segunda-feira (22), o deputado não poupou críticas à articulação da base do governo pela reforma da Previdência e ao filósofo Olavo de Carvalho, desafeto dos militares e apontado como "guru ideológico" do presidente.
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"O PSL tem feito sua parte, mas não tem culpa se o Onyx não criou a base, venho falando há tempos que o governo não tem base no Congresso", disse Delegado Waldir, que ainda defendeu uma maior participação do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) nas mudanças do texto da reforma. "A reforma é a que o Rodrigo Maia quer e não a que o governo quer", disse o deputado, que defendeu que o parlementar tem muito mais poder para conseguir votos para aprovar o projeto.
Em um evento em Portugal no mesmo dia, Rodrigo Maia já havia falado sobre as dificuldades do governo em criar uma base. "Acho que o governo agora nessa reta final já está atrasado e deveria organizar essa agenda, trazendo o maior número de partidos possível para sua base. Hoje, o governo tem apenas o PSL na base, o que é ruim", opinou o presidente da Câmara.
Outra figura presente no governo Bolsonaro que despertou a ira do líder do PSL na Câmara durante a entrevista foi Olavo de Carvalho . O filósofo tem criticado publicamente a ala militar do governo e os parlamentares do PSL. "O mais absurdo é um 'guru' que vive nos EUA atacar o governo e os militares. O presidente Bolsonaro não pode ficar à mercê dessas pessoas", explicou.
"Bolsonaro tem que dar um basta nesse astrólogo que comanda dois ministérios, pois as pessoas querem Educação, Saúde e Segurança", atacou o parlamentar, que se referiu às pastas da Educação e das Relações Exteriores, nas quais Olavo emplacou as indicações do ex-ministro Ricardo Vélez Rodríguez, demitido após protagonizar uma intensa crise interna no MEC, e os atuais ministros Abraham Weintraub (Educação) e Ernesto Araújo (Relações Exterioes).
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"Basta de discutir ideologia. Todo mundo todo espera isso do Brasil. Temos de dar um passo à frente, gerar emprego. Sou Bolsonaro de carteirinha, mas é preciso o governo parar de discutir o 'sexo dos anjos' com um futurólogo que mora nos EUA", completou Delagado Waldir .