Vice-líder do governo na Câmara, o deputado federal Marco Feliciano (Podemos-SP) apresentou e protocolou nesta terça-feira (16), um pedido de impeachment contra o vice-presidente da República, Hamilton Mourão. O pastor justificou o pedido pelo que chama de "conduta indecorosa" do vice do presidente Jair Bolsonaro.
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"A nação não pode ficar à mercê dos maus governantes, da vaidade e do despreparo emocional daqueles que alçados a cargos de relevo se deslumbram com o poder", escreveu Marco Feliciano . O documento possui 13 páginas e faz referências ao pedido de impeachment contra a ex-presidente Dilma Rousseff, escrito por Janaína Paschoal, Hélio Bicudo e Miguel Reale Júnior, há três anos.
Nas redes sociais, o vice-líder do governo na Câmara afirmou que entende que o pedido seja inédito, porque também considera inédita uma conduta de vice-presidência como a de Mourão. Para ele, o general vem "desdizendo" tudo o que Bolsonaro diz, o que seria "indelicado"
"Pela primeira vez, um deputado apresenta e protocola um pedido de impeachment ao vice-presidente da República. As pessoas que estão nos assistindo podem perguntar: 'Mas como isso? Isso nunca aconteceu antes'. Mas nunca antes, nos primeiros 100 dias do governo de um presidente, um vice-presidente agiu de maneira tão indecorosa e indelicada, desdizendo tudo o que o presidente da República diz", afirmou Feliciano.
"Quem acompanha a imprensa sabe que, nessa semana, o vice-presidente Hamilton Mourão acabou curtindo uma fala estranha de uma jornalista que vive para alfinetar o nosso presidente, dizendo que quando o presidente sai do País, o País de fato é governado. E lá vai o nosso vice-presidente e curte esse tipo de fala", reclamou o pastor.
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A declaração é uma referência a mensagens publicadas pela jornalista Rachel Sheherazade, do SBT, que criticavam Bolsonaro e que elogiavam Mourão . Mais tarde, a própria jornalista publicou outra mensagem celebrando que o vice-presidente tenha apoiado sua fala, curtindo a publicação.
"Ele esteve nos EUA nessa semana e, em Washington, ele aceitou um convite de uma instituição. No convite, que foi postado nas mídias, dizia exatamente assim: que o Brasil está desgovernado e a única pessoa que pode unir o Brasil é Mourão", continua Feliciano, durante a sua apresentação.
O pastor ressalta ainsa que se recusa a chamar o vice-presidente de general, porque "no nosso governo ele é um civil". E complementa, dizendo que, "o governo está caracterizado na pessoa do presidente da República e ele está empossado para isso".
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Por fim, Marco Feliciano faz uma referência às armas e diz que espera que tal pedido "seja apenas um recado". "Não é um tiro para matar, é um tiro para o alto, um tiro de alerta. Tem alguém observando, senhor Hamilton Mourão", encerra o vice-líder do governo na Câmara.