Na semana passada, o empreiteiro Marcelo Odebrecht revelou que o codinome "amigo do amigo do meu pai" que aparecia em e-mails da empresa se referiam ao presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli. De acordo com informações do jornal Folha de S.Paulo , as mensagens estão ligadas à obra da Usina Santo Antônio, uma das "campeãs" de propina.
Três delatores afirmaram ao jornal que a mensagem em que Dias Toffoli é citado, escrita em julho de 2017, faz referência à obra da Usina Santo Antônio, que teria envolvido mais de R$ 100 milhões em propinas. No e-mail, Marcelo pergunta a dois executivos da empreiteira: "Afinal, vocês fecharam com o amigo do amigo do meu pai?".
Segundo os delatores, o amigo de Emílio Odebrecht , pai de Marcelo, era o ex-presidente Lula. Sendo assim, Toffoli seria o amigo de Lula, portanto o "amigo do amigo". Os delatores disseram ainda que a linguagem que Marcelo usou nas mensagens é "típica de quem está tratando de pagamento ilícito".
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Na época, Toffoli era chefe da Advocacia Geral da União (AGU) e tentava contestar ações judiciais de ambientalistas e ativistas pela população indígena que queriam barrar a construção da usina hidrelétrica. Os delatores informaram que a propina usada repassada durante a construção da Santo Antônio envolveu partidos como PT, PSDB, PMDB,PP e até sindicalistas da CUT, que receberam o suborno para não entrar em greve.
O caso levou o ministro Alexandre de Moraes a censurar a revista Crusoé , que revelou a existência do codinome envolvendo o presidente do STF. Dias Toffoli nega ter qualquer relação com a Odebrecht.