O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, garantiu nesta quinta-feira (4) que o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) "continuará trabalhando" para prevenir a lavagem de dinheiro. Segundo o ministro, a transferência do órgão criado em 1998, do extinto Ministério da Fazenda para a pasta sob sua responsabilidade foi um “presente”.
“Não sou um homem tão ambicioso. Nunca pedi que o Coaf fosse para o ministério [da Justiça e Segurança Pública]. Ele [Coaf] me foi oferecido, e eu o aceitei de bom grado por esta questão de integração [dos órgãos de inteligência e segurança]”, declarou Moro ao participar da cerimônia de abertura da reunião do Grupo Nacional de Combate às Organizações Criminosas, na Procuradoria de Justiça Militar, em Brasília.
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“O Coaf realiza um trabalho relevante de inteligência e prevenção à lavagem de dinheiro . É um órgão eminentemente técnico e vai continuar atuando com inteligência na prevenção da lavagem de dinheiro”, acrescentou o ministro, que ainda negou as notícias de que, em sua pasta, o conselho poderia se transformar em um órgão "policialesco".
“Não sei o que isso significa, mas não. O Coaf vai continuar fazendo a mesma coisa. Só espero que um pouco melhor, já que reforçamos e aumentamos sua estrutura, que estava um pouquinho negligenciada”, disse Moro, que já havia criticado o que classificou de “omissão” de governos anteriores no combate à corrupção.
De acordo com o ministro, o Coaf foi contemplado na reestruturação administrativa do ministério, resultante da própria fusão das pastas da Justiça e da Segurança Pública – áreas de competência separadas durante o governo Michel Temer (MDB). Uma dessas mudanças foi a criação da Diretoria de Inteligência Penitenciária, que atua em uma das três áreas que o ministro considera prioritárias: o combate às organizações criminosas, ao lado do enfrentamento à corrupção e aos crimes violentos.
“Sabemos onde estão nossas organizações criminosas mais violentas e poderosas: nos presídios. Se é assim, vamos reforçar a área de inteligência prisional para conseguir informações mais relevantes sobre essas organizações”, afirmou o ministro, ressaltando a importância de o Congresso Nacional aprovar o chamado pacote anticrime apresentado pelo Planalto.
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Entre outros aspectos, a proposta de Moro defende a execução de sentenças condenatórias de segunda instância; a regulamentação dos procedimentos de escutas ambientais – ou grampos eletrônicos – em investigações criminais; a consolidação de um registro nacional de informações do perfil genético de criminosos; a regulamentação do trabalho de investigadores disfarçados em operações policiais e a aposta em ações integradas entre as forças de segurança federais, estaduais e o Ministério Público.
*Com informações e reportagem da Agência Brasil