O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, defendeu, nesta terça-feira (2), o uso de snipers (atiradores de elite) em algumas ações policiais no Rio de Janeiro. A
estratégia fez parte da campanha do governador Wilson Witzel (PSC) durante as eleições.
"O policial não precisa levar um tiro de fuzil para reagir e fazer um disparo, mas tem que ver as circunstâncias", afirmou Moro durante passagem pela LAAD Defence & Security 2019, feira que debate segurança pública na América Latina, no Rio de Janeiro .
Leia também: Moro fala sobre o futuro da Lava Jato e o pacote anticrime em evento em SP
Apesar da posição favorável, o ministro disse que não conhece por completo os termos que dão respaldo às atuações dos snipers nas favelas, chamada de "lei do abate". Quando
questionado se o uso desse tipo de atirador não dá poder de julgamento a polícia, o ex-juiz não respondeu, mas ressaltou que é preciso combater as organizações criminosas presentes no Estado fluminense.
“Não há nenhuma dúvida de que milícias são organizações criminosas. Pra mim, Comando Vermelho, PCC e milícias é tudo a mesma coisa. Muda um pouco o perfil do criminoso, mas ainda assim estamos falando de criminalidade grave e que tem que ser combatida”, ponderou.
No mesmo evento nesta terça, ao lado do vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) e do ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, Witzel
voltou a defender o uso de snipers
e
disse que a ação "é constitucional e perfeitamente legal", e que "a atuação dos snipers é secreta e não divulgada", mas que eles "têm todos os números necessários para informar
à Justiça".
A proposta do governador fluminense já gerou reações do Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ), que enviou ofícios às autoridades do Estado para saber se os policiais
estão sendo usados para executar pessoas que estejam portando fuzis, promessa de campanha do ex-juiz e que hoje é defendida por Sérgio Moro
.