O porta-voz da Presidência da República, Otávio Rêgo Barros, disse, na manhã desta terça-feira (2) que o governo não vai fazer comentários sobre o vídeo que exalta a ditadura militar divulgado pelo Palácio do Planalto no último domingo (31).
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"Esse é um assunto que nós já caracterizamos como encerrado", disse o porta-voz. O material gerou críticas de vítimas e parentes de vítimas da ditadura , além da oposição. Apesar da insistência dos jornalistas, Rêgo Barros seguiu sem responder os motivos da publicação do vídeo ou de quem teria sido a ideia. "Esse é um assunto que nós não queremos comentar", revelou.
Nesta segunda-feira, o Partido dos Trabalhadores ( PT ), entrou com uma representação na Justiça contra o vídeo divulgado pelo Palácio de Planalto exaltando a ditadura. De acordo com o partido de oposição, o presidente Jair Bolsonaro violou a Constituição ao exaltar o período do regime militar.
"Bolsonaro usou os meios institucionais da Presidência para violar a CF e, por isso, as bancadas do PT na Câmara dos Deputados e no Senado Federal vão acionar o Judiciário", disse o partido, através do seu site oficial.
Relembre o vídeo divulgado pelo Palácio do Planalto
No material, um ator na casa dos 70 anos argumenta que pessoas que estão na mesma faixa de idade se lembram do "tempo que nosso céu não tinha mais estrelas" ."Era, sim, um tempo de medo e ameaças, ameaças daquilo que os comunistas faziam onde era imposto sem exceção, prendiam e matavam seus próprios compatriotas", diz o homem. Que ainda pede para que os mais jovens "pesquisem para saber que isso é verdade".
"Foi aí que, conclamado por jornais, rádios, TVs e, principalmente, pelo povo na rua, povo de verdade, pais, mães, igreja que o Brasil lembrou que possuía um Exército Nacional e apelou a ele. Foi só aí que a escuridão, graças a Deus, foi passando, passando, e fez-se a luz", continua o ator.
Nos últimos segundos do vídeo, a bandeira do Brasil aparece ao fundo e o hino nacional começa a tocar, e o homem complementa. "A bandeira verde a amarela voltou a tremular. O exército nos salvou. Não há como negar. E tudo aconteceu num dia como e de hoje, um 31 de março. Não há como mudar a história", diz.
Confira o vídeo divulgado pelo Planalto:
Procurada, a assessoria do Palácio do Planalto confirmou que o vídeo foi, de fato, divulgado por um de seus canais oficiais, mas já havia dito que não se pronunciará sobre o material que exalta o período da ditadura . Eduardo Bolsonaro, terceiro filho do presidente Jair Bolsonaro, compartilhou a publicação na manhã do último domingo (31).