Empresário e ex-vice-presidente do Corinthians, Osmar Stábile assumiu nesta terça (2) a autoria do vídeo divulgado pelo Palácio do Planalto que celebra o golpe de 1964. A produção exaltando a ditadura militar foi repassada por meio do canal oficial da Presidência no aplicativo de mensagens WhatsApp, no último domingo (31).
Segundo Stábile, que se apresenta como eleitor de Bolsonaro, ele criou a publicidade sobre a ditadura militar porque é "patriota e entusiasta do contragolpe preventivo". Na nota, o empresário não explica porque o vídeo foi distribuído pelo Planalto sem que fosse revelada a sua autoria, apenas informa que bancou os custos do material. "Fi-lo (o vídeo) de moto próprio e às minhas expensas."
“Não tenho e nem tive a pretensão de mexer com os brios, dores e sentimentos daqueles que se dizem perseguidos pelas Forças do Estado naquele importante período da nossa história. Mas acredito plenamente nos esforços de nossas Forças Armadas que evitaram males políticos maiores para a nação”, explica o empresário.
“Esse lado da história precisa ser conhecido pelas novas gerações! Uma só cansada narrativa que traz meias verdades ou mentiras não pode ser o único norte para um povo que necessita conhecer sua história! Meu vídeo, afinal, restringiu-se a falar de um momento pré-regime militar”, afirma Stábile .
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Para o empresário, pediu respeito a sua posição e afirmou que não pretendia “fazer revisionismo histórico algum com o meu vídeo. Só tive e tenho a intenção de mostrar a outra face da moeda”.
No vídeo, um ator na casa dos 70 anos argumenta que pessoas que estão na mesma faixa de idade se lembram do "tempo que nosso céu não tinha mais estrelas". "Era, sim, um tempo de medo e ameaças, ameaças daquilo que os comunistas faziam onde era imposto sem exceção, prendiam e matavam seus próprios compatriotas", diz o homem. Que ainda pede para que os mais jovens "pesquisem para saber que isso é verdade".
“Foi aí que, conclamado por jornais, rádios, TVs e, principalmente, pelo povo na rua, povo de verdade, pais, mães, igreja que o Brasil lembrou que possuía um Exército Nacional e apelou a ele. Foi só aí que a escuridão, graças a Deus, foi passando, passando, e fez-se a luz", continua o ator.
Nos últimos segundos do vídeo, a bandeira do Brasil aparece ao fundo e o hino nacional começa a tocar, e o homem complementa. "A bandeira verde a amarela voltou a tremular. O exército nos salvou. Não há como negar. E tudo aconteceu num dia como e de hoje, um 31 de março. Não há como mudar a história", diz.
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Considerado golpe militar pelos historiadores do Brasil e do mundo, a tomada de poder em 31 de março de 1964 destituiu o então presidente João Goulart, dando início a um período de 21 anos de ditadura militar .