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Presidente Jair Bolsonaro determinou que fossem feitas as 'comemorações devidas' no aniversário do golpe militar; Forças Armadas optam por discrição

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Divulgação
Forças Armadas acataram recomendação de Bolsonaro, mas celebraram golpe em silêncio

Tida como a ala mais moderada do governo Bolsonaro, os militares voltaram a colocar panos quentes em uma polêmica envolvendo o presidente da República. Após pedido do chefe de estado para que fossem feitas as 'comemorações devidas' no aniversário do golpe militar que deu início a ditadura no Brasil em 1964, as Forças Armadas seguiram a recomendação sem fazer alarde.

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O Ministério da Defesa informou, por meio de nota oficial, que não realizaria comemorações públicas no aniversário do golpe . Ao invés disso, eles realizaram programas internos e painéis para examinar os eventos que levaram à tomada do poder pelo militares no Brasil, o que aconteceu durante o regime e a importância do retorno à democracia em, que aconteceu apenas em 1985.

Nas redes sociais, o silêncio também imperou nas contas administradas por militares. Os perfis oficiais de Exército, Marinha e Força Aérea ignoraram completamente a datas. Em suas contas pessoais, militares de alta patente, em geral, também preferiram se calar sobre o aniversário.

Um dos únicos a lembrar a data, o General Ramos foi ao Twitter, mas fez questão de usar um tom celebratório. "Temos que ter a grandeza reconhecer o passado e tirarmos lições", escreveu, de uma maneira quase apologética.

Na última quarta-feira (27), o Ministério Público Federal enviou um documento para comandos militares de 18 estados recomendando a não comemoração sobre o golpe de 31 de março.

A ordem do presidente chegou a ser proibida por um juíza federal do Distrito Federal, mas a decisão foi anulada por uma desembargadora, que voltou a liberar as comemorações.

“Brigadas, grupamentos, comandos especiais, academias militares das forças armadas e outras unidades que integram Comandos Militares em todo o país devem se abster de promover ou tomar parte de qualquer manifestação pública, em ambiente militar ou fardado, em comemoração ou homenagem ao período de exceção instalado a partir do golpe de 31 de março de 1964”, dizia o comunicado.

Capitão do Exército reformado, Jair Bolsonaro construiu sua carreira política de deputado como grande defensor do golpe de 1964 . Em discursos no Plenário da Câmara, o então parlamentar chegou a pedir a volta da intervenção militar como solução aos problemas do Brasil.

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Considerado golpe militar pelos historiadores do Brasil e do mundo, a tomada de poder em 31 de março de 1964 destituiu o então presidente João Goulart, dando início a um período de 21 anos em que o Brasil foi governado por generais do Exército.