Jair Bolsonaro disse que, mesmo estando
Marcos Corrêa/Presidência da República
Jair Bolsonaro disse que, mesmo estando "calado" e fora do Brasil, ocorrem atritos no país

O presidente Jair Bolsonaro disse neste sábado (23) que "infelizmente" no Brasil há algumas pessoas que "não querem largar a velha política". Durante um café da manhã com empresários no Chile, organizado pela Sociedade Fabril do país, Bolsonaro comentou os recentes atritos políticos e a necessidade das reformas brasileiras.

O presidente tem sido criticado pela falta de articulação política para aprovar a reforma da Previdência. Apesar disso, Jair Bolsonaro evitou mencionar o Congresso e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, com o quem tem tido desavenças. "Temos chance de sair dessa situação em que nós nos encontramos com as reformas. E a primeira delas, a mais importante, é essa, da Previdência", afirmou.

E acrescentou, "os atritos que acontecem no momento, mesmo eu estando calado e fora do Brasil, acontecem na política lá dentro porque alguns, não são todos, não querem largar a velha política, que infelizmente nos colocou nesta situação bastante crítica em que nos encontramos", disse o presidente. Ele disse ainda que, mesmo estando "calado" e fora do Brasil, ocorrem atritos no país.

Na última quinta-feira (21), Maia ameaçou deixar a articulação política da reforma da Previdência . O presidente da Câmara teria ligado para o ministro da Economia, Paulo Guedes, depois de ler uma publicação na rede social do vereador Carlos Bolsonaro a seu respeito.

Na publicação em questão, Carlos comentou o embate entre Maia e o ministro da Justiça. Os dois divergem em relação a votação do pacote anticrime apresentado pelo ministro e Carlos se posicionou ao lado de Moro, criticando a decisão do deputado de priorizar a Previdência em detrimento do pacote.

Maia vem demonstrando irritação com a maneira como o governo está lidando com a tramitação da reforma da Previdência . Ele também parece descontente com a ofensiva contra ele nas redes sociais, principalmente depois das  desavenças com Sergio Moro sobre o pacote anticrime.

Apesar do embate com o governo, o presidente da Câmara disse que vai trabalhar pela aprovação da reforma da Previdência a partir de segunda-feira (25). Maia afirmou que irá fazer as articulações políticas necessárias para dar encaminhando à proposta e conversar com os integrantes do governo federal.

“Na próxima semana, a gente precisa voltar a trabalhar pela reforma da previdência. Eu, dentro da Câmara, junto com os partidos, com os deputados, e o presidente da República assumindo de forma definitiva o seu papel: a articulação em torno do governo”, afirmou Rodrigo Maia ao chegar para o congresso nacional extraordinário do PPS, em Brasília.

As articulações em torno da Proposta de Emenda à Constituição (PEC), que altera regras do sistema previdenciário no país, ficaram paralisadas ao longo da semana após impasses no Congresso Nacional envolvendo parlamentares de distintos partidos políticos.

Maia afirmou ainda que o impasse em torno da reforma da Previdência foi superado. O parlamentar atribuiu o desgaste entre Legislativo e Poder Executivo às pessoas “do entorno do governo”. “Do meu ponto de vista, ela nunca deveria ter sido criada. Mas, ela foi criada pelo entorno do governo.”

Para o presidente da Câmara, a crise com o governo Jair Bolsonaro foi debelada e o momento é de seguir em frente. “Para mim já acabou [a crise]. Falei o que eu tinha para falar. Agora quero focar naquilo que eu acredito que é fundamental: ajudar o Brasil, reorganizar o Estado brasileiro para que o Estado brasileiro deixe de servir à poucas corporações públicas e privadas e passe a servir à sociedade brasileira”, ressaltou Rodrigo Maia.

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