O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), um dos filhos do presidente, disse nessa terça-feira (12) que "há um desespero" para relacionar a morte da vereadora Marielle Franco (PSOL) ao seu pai e que o assassinato é como qualquer outro caso de homicídio no Brasil.
Após a prisão de Ronnie Lessa e Élcio Vieira de Queiroz, ex-policiais militares suspeitos de envolvimento na execução de Marielle, Eduardo Bolsonaro foi questionado pelo jornal O Globo sobre a relação da família com os criminosos. Um deles morava no mesmo condomínio que Jair Bolsonaro, enquanto o outro aparece em uma foto com o presidente, que circulou nas redes sociais ontem.
"Eu não tenho nenhum envolvimento com a milícia. Qual envolvimento vão falar? Foto de Jair Bolsonaro? Ele tira 1 milhão de fotos por ano com todo mundo. Será que se eu tirar uma foto com um policial, eu vou ser responsável por tudo que ele fizer?", questionou o deputado.
"Tem uma parte da imprensa, nem sempre grande imprensa, mas às vezes a imprensa alternativa que se presta a esse trabalho sujo, muito financiada pelos últimos governos que cai no descrédito ao tentar fazer esse tipo de relação. É um desespero para tentar dizer que Bolsonaro tem culpa no cartório", completou.
Leia também: Polícia Civil cumpre novos mandados de busca após prisões no caso Marielle
O delegado das investigações também confirmou que a filha de Ronnie Lessa teria relacionamento com um dos filhos do presidente. Eduardo negou que seja ele. "Olha, eu não vou falar nome de ex-namorada, mas eu procurei aqui e nenhuma delas é filha de PM, não. Se essa informação for verdade, não sou eu não", disse.
O parlamentar ainda afirmou que ninguém conhecia a vereadora antes de ela ser assassinada. Para ele, a tentativa de relacionar Bolsonaro ao crime é "absurda" e "repugnante". Marielle Franco
foi a segunda vereadora mais votada no Rio nas eleições de 2016.
"Quem era Marielle? Estou falando com todo o respeito. Ninguém conhecia quem era Marielle Franco antes de ela ter sido assassinada. Depois, todo mundo começou a conhecer porque foi dada uma grande notoriedade", afirmou o parlamentar.
Questionado sobre a prisão dos ex-policiais, o deputado respondeu que não acompanhou o caso e que o assassinato da vereadora é como "os outros 62 mil casos que a gente tem no Brasil".
Leia também: Bolsonaro diz esperar que apuração tenha chegado a quem mandou matar Marielle
"É óbvio que a gente quer que ele seja elucidado e que quem cometeu vá preso. Não tem nada de diferente. Se a pessoa matar a mim, a você e qualquer pessoa de outro partido é a mesma coisa. Uma vida que foi embora. Não tem essa de passar a mão na cabeça, porque… Isso aí está muito acima de questão política, pelo amor de Deus", defendeu Eduardo Bolsonaro .