Um dia após a defesa do ex-presidente Lula entrar com um recurso no Supremo Tribunal Federal com uma perícia particular para desqualificar a sentença da juíza Gabriela Hardt no caso do sítio de Atibaia, a Força-Tarefa da Lava-Jato se manifestou por meio de nota e acusou os advogados de criarem uma “”teoria da conspiração” sobre “perseguição política”.
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Segundo o Ministério Público do Paraná, responsável pelas investigações da Operação Lava Jato, a defesa de Lula se mostra inconformada com a sentença que condenou o ex-presidente a 12 anos e 11 meses de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A atitude de enviar uma perícia particular mostra a tentativa de “atacar a magistrada Gabriela Hardt”.
“O apego da defesa a aspectos secundários e marginais das sentenças condenatórias já proferidas em face do ex-presidente, manifestamente insignificantes, revela mais uma tentativa forçada de retirada do caso do Juízo competente, por meio do ataque à pessoa de seus julgadores”, diz a nota da Lava Jato .
Na visão dos promotores, os advogados têm o direito de recorrer da sentença, mas sem desvirtuar aspectos formais que, segundo a Força-tarefa, são irrelevantes para a decisão final.
De acordo com o laudo entregue pela defesa do petista, há “certeza técnica de que a sentença do sítio foi superposta ao arquivo de texto da sentença do tríplex, diante das múltiplas e extremamente singulares ‘coincidências’ terminológicas”. Assim, os advogados pedem que o STF suspenda a decisão de Gabriela Hardt , que condenou Lula a 12 anos e 11 meses por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
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O documento assinado por Celso Mauro Ribeiro Del Picchia, membro Emérito da Associação dos Peritos Judiciais do Estado de São Paulo, da International Association of Forensinc Sciences [IAFS], da Associação Brasileira de Criminalística [ABC] e da Asociación Latinoamericana de Criminalística, indica que o texto de Hardt apresenta frases com os mesmos conjuntos e construções características da redação de Moro.
A magistrada assumiu que usou o texto da primeira condenação de Lula , aplicada pelo por Sérgio Moro, em julho de 2017, como ‘modelo’ e já enviou as correções após receber embargos. A condenação de 12 anos e 11 meses, porém, está mantida.