Sérgio Moro cedeu a pressão de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PSL) nas redes sociais
Marcos Corrêa / PR
Sérgio Moro cedeu a pressão de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PSL) nas redes sociais

O ministro da Justiça e Segurança Pública , Sérgio Moro, revogou nesta quinta-feira (28) a nomeação da especialista em segurança pública Ilona Szabó de Carvalho como membro suplente do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária. A decisão ocorreu após uma forte pressão de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PSL) nas redes sociais.

"Diante da repercussão negativa em alguns segmentos, optou-se por revogar a nomeação, o que foi previamente comunicado à nomeada e a quem o Ministério respeitosamente apresenta escusas", diz a nota do ministro Sérgio Moro .

Mesmo recuando da indicação, o ministro defendeu a nomeação de Szabó para o órgão. "A escolha foi motivada pelos relevantes conhecimentos da nomeada na área de segurança pública e igualmente pela notoriedade e qualidade dos serviços prestados pelo Instituto Igarapé", escreveu Moro na nota.

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Após a decisão, o diretor-presidente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública , Renato Sérgio de Lima, pediu exoneração da vaga que ocupa no Conselho "em caráter irrevogável e em solidariedade" a Ilona, que, para ele, "foi colocada em uma situação constrangedora".

Ilona Szabó foi criticada por apoiadores de Bolsonaro por ser contra o afrouxamento das regras de acesso a armas. Ela também já havia criticado o pacote anticrime de Moro ao considerar preocupante, entre outras coisas, as medidas que tendem a ampliar o direito à legítima defesa.

Na quarta-feira, a nomeação da especialista foi um dos assuntos mais comentado no Twitter. Críticos da nomeação promoveram a hashtag #Ilonanão. Nas publicações, militantes pró-Bolsonaro atacaram Moro ao ressaltar que Szabó tem posições divergentes do governo com relação a temas como armamento e política de drogas. Nesta quinta-feira, após o anúncio da revogação, a hashtag #obrigadoMoro foi levantada pelos militantes. Já a oposição usou #MoroBundaMole para criticar a decisão.

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A nomeação de Szabó havia sido publicada no Diário Oficial da União de quarta-feira (27). Outros oito membros haviam sido nomeados por Sérgio Moro e cinco, reconduzidos. Em nota encaminhada na quarta-feira, o Instituto Igarapé chegou a elgiar "o gesto louvável" do ministro ao pensar em vozes plurais para o Conselho. A participação no grupo é voluntária e o mandato é de dois anos. O Conselho é um órgão consultivo, sem funções executivas no governo.

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