Davi Alcolumbre durante a sessão para eleição da presidência do Senado; ele é acusado de ter ocultado bens da Justiça
Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil - 2.2.19
Davi Alcolumbre durante a sessão para eleição da presidência do Senado; ele é acusado de ter ocultado bens da Justiça

O presidente do Senado Federal, Davi Alcolumbre (DEM-AP) é acusado de ter ocultado imóveis da Justiça Eleitoral desde o início da sua carreira política, no final da década de 1990. De acordo com uma reportagem publicada nesta segunda-feira (25) pelo jornal Folha de S.Paulo , teriam sido ocultados pelo menos cinco terrenos e duas casas em Macapá, capital do Amapá.

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Davi Alcolumbre é membro de uma família que, segundo o jornal, possui mais de 100 imóveis em Macapá. Entre as posses da família Alcolumbre há ainda postos de gasolina, empresas e retransmissoras de TV. Porém, desde 2002, o atual presidente do Senado vem informando aos seus eleitores que possui poucos ou até nenhum bem. 

O senador teve o apoio declarado do ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni (DEM-RS), nas eleições da Casa. Aos 41 anos de idade, ele  foi eleito presidente do Senado com 42 votos, ainda no primeiro turno, em uma eleição que se arrastou por dois dias, marcada por impasses, interferência do Judiciário, bate-bocas e pela desistência de Renan Calheiros (MDB-AL).

Nas eleições de 2002, 2010 e 2012, por exemplo, Alcolumbre declarou não ter nenhum centavo de patrimônio. No ano passado, quando disputou e perdeu o governo do Amapá, afirmou à Justiça Eleitoral ter R$ 770 mil —uma casa de R$ 585 mil, além de depósitos e aplicações bancárias.

No entanto, registros cartoriais em Macapá mostram que, desde o final dos anos 90 até pelo menos 2016, há registros de aquisições imobiliárias feitas pelo senador no centro e em condomínios residenciais da capital do Amapá.

O jornal localizou, em quatro cartórios, escrituras e registros atestando a aquisição de cinco terrenos e duas casas do fim da década de 1990 até 2015. No período, houve a venda de apenas um terreno, em 2012, por R$ 42 mil. Mas tais movimentações não constam nas declarações do presidente do Senado

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É importante lembrar que o artigo 350 do Código Eleitoral define como crime "omitir, em documento público ou particular, declaração que dele devia constar, ou nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita, para fins eleitorais". Se comprovado o delito, a pena é de até cinco anos de prisão e multa. Davi Alcolumbre não se pronunciou sobre o caso.

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